O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), finalizou, nesta sexta-feira, 31, mais uma etapa de uma série de ações voltadas à conservação e proteção dos sítios arqueológicos localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Lajeado.
As ações foram iniciadas na segunda-feira, 27, e envolveram os sítios arqueológicos Paredão, situado na Estância Marina, e Caititu, localizado no vão do Canário. Os trabalhos incluíram a remoção da vegetação que ameaça as pinturas rupestres, a implementação de medidas preventivas contra incêndios e a abertura de trilhas, garantindo um acesso mais seguro e estruturado para os visitantes.
A iniciativa reforça a importância da preservação dos sítios arqueológicos da região, que têm um valor histórico e cultural inestimável. A supervisora da APA, Camila Muniz, ressalta o papel fundamental da Unidade de Conservação na proteção desse patrimônio. Segundo ela, a APA foi criada para garantir a preservação dos recursos naturais da região. “Quando foi instituída, eram reconhecidos 13 sítios arqueológicos, número que hoje ultrapassa 200, evidenciando a riqueza histórica e a necessidade de medidas contínuas de conservação”, afirmou.
As ações realizadas nessas áreas fazem parte de uma medida constante de preservação e proteção desse patrimônio histórico do Tocantins. O brigadista do Naturatins, Alessandro Nunes, explica que a vegetação presente pode, com a ação do vento, gerar atrito e causar danos irreversíveis aoparedão das pinturas rupestres. “No sítio arqueológico Paredão, nós percorremos uma trilha de aproximadamente dois quilômetros até chegarmos ao local, onde fizemos a poda e a remoção da vegetação que se projetava sobre as pinturas. Se essa vegetação continuasse crescendo, poderia comprometer esse patrimônio histórico, causando uma perda irreversível”, pontuou.
A superintendente do Iphan no Tocantins, Cejane Pacini Leal Muniz, reforça a importância da ação, destacando que a conservação dos sítios arqueológicos é uma tarefa conjunta entre diferentes instituições e a comunidade. “Essa ação é essencial para garantir a proteção desses sítios de forma compartilhada. Além da prevenção contra danos causados pela vegetação e queimadas, também estamos capacitando pessoas para atuar na conservação desse rico patrimônio arqueológico”, afirmou.
Turismo e desenvolvimento sustentável
Além da conservação, a ação também busca fomentar o turismo sustentável na região, criando oportunidades econômicas para os proprietários das áreas onde esses sítios estão localizados. Camila Muniz ressalta que, por muito tempo, os donos dessas terras viam a presença dos sítios arqueológicos como um fator limitante. No entanto, a visão dos órgãos ambientais e de patrimônio tem mudado essa percepção, incentivando a exploração turística de forma consciente e sustentável. “As pessoas precisam conhecer a importância desse patrimônio para que possam preservá-lo. Estamos trabalhando com o Iphan há mais de seis anos nessa questão, e agora estamos intensificando a proteção dos sítios, priorizando essas áreas no manejo integrado do fogo e abrindo trilhas para visitação. Com isso, queremos divulgar e valorizar ainda mais esse território, tornando-o um atrativo turístico capaz de atrair visitantes do mundo inteiro”, destacou.
Conforme a supervisora Camila Muniz, a iniciativa representa um passo significativo na preservação do patrimônio arqueológico do Tocantins, garantindo que as futuras gerações possam conhecer e apreciar a riqueza histórica presente na APA Serra do Lajeado. “Com ações como essa, o Naturatins e seus parceiros reafirmam o compromisso com a conservação ambiental e cultural do Estado”, concluiu.