A Secretaria Estadual das Mulheres lançou, nesta sexta-feira (31), o 1° Boletim de Dados do Observatório da Mulher Piauiense. A solenidade de lançamento aconteceu na sede da Casa da Mulher Brasileira de Teresina, e reuniu representantes da Rede Estadual de Proteção às Mulheres. O boletim é a ampliação dos estudos iniciados pelo observatório, responsável por fortalecer a análise de dados sobre a situação social das mulheres no estado.
A secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, destacou as parcerias entre as demais secretarias na coleta dos dados. " Esse primeiro boletim já é um avanço, mas precisamos ampliar para aprofundar os dados e implementar as políticas públicas na capital e nos municípios do Piauí”. Além disso, ele levantou a reflexão sobre a diferença entre os dados de mortes violentas intencionais de mulheres e outros tipos de crime em que mulheres são assassinadas, e que não são classificadas como feminicídios", disse.
Ainda relacionada a ampliação das políticas de acolhimento e enfrentamento a violência, Zenaide Lustosa anunciou que a Casa da Mulher Brasileira em Parnaíba está em processo para ser construída . Ela explicou que o Governo Federal e o Governo do Piauí uniram forças para construir mais um espaço de acolhimento às mulheres no Piauí que tem investimento de 9.5 milhões de reais.
De acordo com a coordenadora do Observatório da Mulher Piauiense, Maria Clara, o boletim conta com informações como o número de feminicídios, de mortes violentas intencionais de mulheres, boletins de ocorrência nas delegacias da mulher e medidas protetivas.
“No documento, apresentamos uma análise abrangente dos diversos pontos da rede de acolhimento, com o objetivo de entender seu funcionamento e a articulação entre os diferentes serviços. Essa reflexão nos permitirá desenvolver novas perspectivas para 2025 e elaborar estratégias mais eficazes, visando proporcionar um melhor acolhimento às mulheres do estado", explicou Maria Clara.
Na apresentação, um dos dados analisados foi o perfil das mulheres acolhidas pela Casa Abrigo, onde 42% dessas mulheres não têm o ensino fundamental completo. Evidenciando que a baixa escolaridade é um fator de vulnerabilidade, visto que reduz as oportunidades de inserção no mercado de trabalho formal, dificultando a independência econômica e a capacidade de romper com o ciclo da violência. O boletim também analisa dados da Casa da Mulher Brasileira, destacando números de atendimentos em cada serviço ofertado pela instituição em Teresina.
Segundo a coronel Elza, que diretamente com a Patrulha Maria da Penha, lembrou que o serviço completou cinco anos de implantação no Piauí. " O atendimento desenvolvido pela patrulha no acolhimento de mulheres em situação de violência já rendeu resultados significativos, pois observamos um aumento de denúncias. Isso demonstra que as mulheres confiam no serviço, além de sentirem-se seguras”, reforçou.
A publicação do boletim acontecerá anualmente, atendendo ao propósito de subsidiar a elaboração de políticas públicas baseadas em evidências, permitindo identificar territórios e municípios com maiores taxas de vulnerabilidade.
O boletim está disponível na aba do Observatório da Mulher Piauiense, no site da Sempi, tanto em formato de texto quanto em uma versão interativa que permite uma análise mais detalhada dos dados.