A Secretaria de Saúde de São José do Rio Preto atualizou o Plano de Contingência de resposta ao Sarampo e reforça o alerta à população sobre a importância da vacinação contra a doença. A medida é motivada pelo cenário epidemiológico nacional e internacional: em 2025, cinco casos de sarampo já foram confirmados no Brasil, sendo um deles no estado de São Paulo, com fonte de infecção desconhecida.

Nas Américas, países como Bolívia, Argentina, México, Estados Unidos e Canadá enfrentam surtos da doença. A Bolívia declarou emergência sanitária nacional, e o Canadá já soma mais de 3.500 casos. Com o aumento da circulação do vírus e o período de férias escolares, o risco de reintrodução do sarampo é elevado.

Em Rio Preto, não há casos confirmados desde 2019, mas a Secretaria de Saúde intensificou medidas de vigilância e vacinação. A cidade registra 98,71% de cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral em crianças de 1 ano e 92,61% da segunda dose (tetraviral). A meta do Ministério da Saúde é atingir 95% de cobertura em todas as faixas etárias indicadas.

“É fundamental manter as coberturas vacinais elevadas, principalmente entre as crianças pequenas, que são mais vulneráveis às complicações. Mesmo sem viajar, é possível ter contato com pessoas infectadas em aeroportos, rodoviárias ou locais com grande circulação”, destaca Andreia Negri, coordenadora de Vigilância em Saúde.

Ações de prevenção e resposta ao sarampo em Rio Preto

Para se antecipar a possíveis casos e garantir a proteção da população, a Secretaria de Saúde de Rio Preto colocou em prática diversas ações:

•    Atualização do Plano de Contingência Municipal, com definição de níveis de alerta e protocolos de resposta rápida;

•    Intensificação da vacinação nas Unidades Básicas de Saúde, com orientação ampliada à população sobre quem deve se vacinar;

•    Horário estendido em três UBSs para facilitar o acesso à imunização;

•    Monitoramento constante de casos suspeitos, mesmo sem confirmação recente no município;

•    Alerta aos profissionais de saúde sobre os sintomas e protocolos de notificação;

•    Alerta aos profissionais de saúde que devem garantir duas doses da vacina, pois, caso sejam expostos aos casos suspeitos, já estarão imunizados;

•    Comunicação ativa com a população, com campanhas de orientação nas mídias oficiais e nos serviços de saúde.

Outro ponto importante a ser abordado e amplamente divulgado é que as pessoas que vão viajar para locais com transmissão da doença precisam se vacinar no mínimo 15 dias antes da viagem, para se caso entrar em contato com alguém com a doença, não venha se infectar e transmitir para seus familiares, amigos e locais que frequentar ao retornar.

Transmissão silenciosa e sintomas parecidos com outras doenças

O sarampo tem alta transmissibilidade e um período de incubação que pode chegar a 21 dias. A transmissão ocorre pelo ar, por meio de gotículas liberadas ao falar, tossir ou espirrar. E os primeiros sinais da doença são muito parecidos com os da gripe ou até da dengue.

“Os principais sinais são febre alta de início súbito, tosse seca, coriza, olhos vermelhos e manchas vermelhas no corpo que começam atrás das orelhas e se espalham. Diante de qualquer suspeita, é fundamental buscar atendimento médico e relatar viagens recentes ou contato com viajantes”, explica o infectologista Inaldo Júnior, da Vigilância Epidemiológica.

Nas crianças, os sintomas iniciais também se assemelham aos de uma gripe comum. Por isso, é importante redobrar a atenção.

“A criança começa com febre, tosse, coriza, conjuntivite e, em seguida, surgem manchas na pele. É nesse momento que os pais ou responsáveis devem procurar atendimento médico. O sarampo pode evoluir para infecções nos ouvidos, no pulmão e até no sistema nervoso, como meningite ou encefalite”, alerta a médica infectologista pediátrica Márcia Wakai.

Vacinação é a principal forma de se proteger

A vacina contra o sarampo está disponível gratuitamente nas unidades básicas de saúde. O esquema vacinal segue o Calendário Nacional:

•    Crianças de 12 meses:recebem a 1ª dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);

•    Aos 15 meses:recebem a 2ª dose com a tetraviral (tríplice viral + varicela);

•    Pessoas de 5 a 29 anos:devem ter duas doses da tríplice viral, com intervalo de 30 dias;

•    De 30 a 59 anos:devem ter pelo menos uma dose, caso ainda não tenham se vacinado;

•    Trabalhadores da saúde:precisam ter duas doses, independentemente da idade.

Também devem manter a vacinação em dia, profissionais de turismo, transporte, hotelaria, alimentação e educação.

“A vacina é segura, eficaz e evita complicações graves. Se você tem dúvida sobre sua situação vacinal, procure a UBS mais próxima com a carteirinha”, reforça Andreia.

Grupos de risco merecem atenção especial

Alguns grupos têm mais chances de desenvolver complicações, como crianças menores de 5 anos, gestantes, pessoas com baixa imunidade, desnutridos e adultos a partir dos 20 anos.

As complicações mais comuns do sarampo são otites, pneumonias e diarreias. Em casos mais graves, pode haver inflamação do cérebro (encefalite) ou outras sequelas graves. Febre por mais de três dias após o surgimento das manchas é um sinal de alerta.

Gestantes e bebês menores de 6 meses que tenham tido contato com alguém infectado podem precisar de imunoglobulina — um tipo de proteção adicional — desde que aplicada em até 96 horas após o contato. O atendimento é feito pelo SUS, mediante avaliação médica.

Onde se vacinar?

Todas as vacinas do Programa Nacional de Imunizações (PNI), incluindo a do sarampo, estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde de Rio Preto, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.

Três UBSs têm horário estendido para facilitar o acesso: UBS São Deocleciano e João Paulo II / Jaguaré – até 18h30; e UBS Solo Sagrado – até 19h. Leve um documento com foto e a carteira de vacinação.