A Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) esteve no município de Água Doce do Maranhão para acompanhar a implantação de cisternas escolares com capacidade de 52 mil litros cada, nas comunidades Baixão do Poço, Curvinha, Tucunzeiro, Sambaíba e Lavagem dos Patos. Os equipamentos reforçam a retomada do programa Cisternas no Maranhão e já estão com as obras avançadas, garantindo um direito básico à população.

A etapa de fiscalização é fundamental para o andamento do programa, pois verifica se a execução está sendo feita de forma correta e de acordo com os critérios estabelecidos. Mais de 500 estudantes serão diretamente beneficiados com as cisternas, que vão assegurar água de qualidade e o pleno funcionamento das unidades de ensino. A realidade vivida nessas comunidades é marcada por dificuldades no acesso à água, o que compromete o funcionamento das escolas, provoca a suspensão de aulas e impacta negativamente o desempenho dos estudantes.

Francisco Lima, diretor da A Unidade de Educação Básica (UEB) José da Silva Aguiar, do povoado Baixão do Poço, relatou que a escola já ficou uma semana sem aulas por falta de água. Com a construção da cisterna, a expectativa é de que os alunos não passem mais por esse tipo de situação. A escola atende 52 alunos, da creche ao 5º ano do ensino fundamental.

“A gente tem um abastecimento de água que não supre a necessidade da comunidade, inclusive da escola. O período de estiagem vai de agosto a dezembro e enfrentamos um tempo difícil em que a água não atende à demanda local. A cisterna que está sendo construída vai beneficiar toda a comunidade”, afirmou o diretor.

Ainda segundo Francisco Lima, muitas vezes é preciso buscar água na vizinhança ou comprar, para que as crianças tenham o mínimo necessário para consumir. “Temos inúmeras dificuldades por não contar com um abastecimento adequado na escola, e a cisterna vai abrir novos horizontes”, completou.

Na UEB Nestor Coelho da Silva, no povoado Curvinha, onde estão matriculados mais de 200 alunos, a situação do abastecimento é semelhante à do Baixão do Poço. A merendeira Erenilde Vale de Oliveira relatou os desafios enfrentados com a falta de água adequada. Segundo ela, mesmo com um poço na unidade, a água não é utilizada para consumo humano.

“A água do poço tem um odor forte e não a usamos totalmente para cozinhar. Muitas vezes levo água de casa para preparar a merenda. Vai ser uma maravilha quando essa cisterna estiver pronta, a água será utilizada para tudo”, relatou Erenilde.

A coordenadora de Segurança Hídrica e Acesso à Água da SAF, Aline Moreno, destacou que o Programa Cisternas visa promover a segurança hídrica e alimentar nessas regiões. “Essas localidades têm características específicas, com baixa precipitação, altas temperaturas e longos períodos de estiagem. O programa é uma forma de garantir que essas crianças permaneçam em suas comunidades, com dignidade e atividades pedagógicas regulares, graças ao acesso à água”, afirmou.

De acordo com o secretário da SAF, Bira do Pindaré, a visita da equipe teve como foco ouvir a comunidade escolar sobre o impacto do acesso à água na rotina das escolas e acompanhar o andamento das obras, que já estão em estágio avançado.

“O presidente Lula e o governador Carlos Brandão são incansáveis na busca por assegurar os direitos da população e o Programa Cisternas é uma política pública fundamental para garantir água em comunidades rurais que enfrentam dificuldades de abastecimento. O município de Água Doce marca a retomada das ações do programa, e percebemos que estamos no caminho certo. Vamos seguir firmes para consolidar essa política”, afirmou o secretário.

Cisternas

O programa Cisternas no Maranhão tem como objetivo promover o acesso à água para o consumo humano, para os animais e para a produção de alimentos, por meio da implementação de tecnologias sociais simples em que a água da chuva é captada por calhas e armazenada em cisternas. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o programa é executado no Maranhão pela SAF.