Em um cenário em que a educação precisa dialogar cada vez mais com os desafios ambientais e o universo digital, estudantes do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) Tamancão criaram o jogo Manguetam, uma aventura 2D que coloca o player na pele de um Guará — símbolo da fauna brasileira — com a missão de salvar um manguezal contaminado pela ação humana. Inspirado nas paisagens e problemas reais do entorno da escola, próxima ao rio Bacanga, o projeto transforma educação ambiental em ação criativa e tecnológica.
O jogo foi desenvolvido a partir da observação da poluição na região dos manguezais e do rio Bacanga. Ao identificar o descarte inadequado de lixo como um dos grandes problemas ambientais da comunidade, os alunos decidiram transformar o desafio em proposta educativa, integrando os conteúdos das disciplinas com a linguagem dos games. O resultado é um jogo onde o Guará resgata animais contaminados e enfrenta os impactos de uma indústria poluente, tudo isso promovendo os valores da ODS 11 da ONU — Cidades e Comunidades Sustentáveis.
Com uma equipe formada majoritariamente por meninas, o projeto destaca o protagonismo feminino na tecnologia e na defesa ambiental. A estudante Íris Desidério, uma das alunas desenvolvedoras do jogo, compartilha o impacto da experiência: “Foi a primeira vez que participei da criação de um jogo. Me senti parte de algo grande, importante. A gente olhou para o lugar onde vive, viu um problema real e tentou mudar com o que aprendemos na escola. Foi desafiador, mas ver o jogo pronto, premiado e jogado por outras pessoas é muito gratificante”.
Sob orientação do professor Amarildo Machado, a equipe seguiu um percurso pedagógico que uniu investigação, roteiro, design, programação e trilha sonora. “Nosso objetivo foi integrar diferentes saberes em uma experiência concreta. Usamos a lógica de programação, biologia, design artístico, português e muita criatividade. O mais poderoso foi ver os alunos se conectando à realidade deles com protagonismo e propósito. O Manguetam é mais do que um jogo, é uma proposta educativa com alma comunitária”, afirma Amarildo.
A construção do game ocorreu na plataforma Construct 3, com uso de ferramentas gratuitas e muito trabalho colaborativo. Como reconhecimento, o projeto foi premiado na Steam Girl, organizada pela Steam Academy e patrocinada pela Fundação ArcelorMittal, na categoria de Melhor Jogo com Técnica e Jogabilidade. Além disso, foi finalista da 2ª edição do Prêmio Professor Porvir e ganhou notoriedade no prêmio Criativos da Escola + Natureza.
Para a diretora-geral do Iema, Cricielle Muniz, o jogo representa o que há de mais potente na educação maranhense: “A escola pública tem um papel fundamental na vida de milhares de jovens — e projetos como o Manguetam mostram o quanto ela é essencial. Quando os alunos têm acesso a uma educação de qualidade, conectada com a realidade e com apoio de professores dedicados, eles são capazes de criar soluções incríveis para os desafios do mundo. O que o Iema Tamancão fez é um exemplo do poder transformador da escola pública: formar jovens criativos, conscientes e comprometidos com o lugar onde vivem”.
A criação do jogo e os resultados alcançados também refletem o compromisso do Governo do Maranhão, sob a liderança do Governador Carlos Brandão, com uma educação pública de qualidade, inclusiva e conectada com os grandes temas da atualidade. Através do Iema e de políticas voltadas à inovação e sustentabilidade, o Estado investe em projetos que valorizam o protagonismo juvenil, a preservação ambiental e o desenvolvimento tecnológico como caminhos para a transformação social.
O Manguetam está disponível online e pode ser acessado gratuitamente. A experiência lúdica, educativa e inspiradora mostra que, quando jovens têm voz, ferramentas e incentivo, eles são capazes de mudar o mundo — começando pela sua própria comunidade.
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