Iniciou nesta segunda-feira, 6, no Pelotão da Polícia do Exército, o curso de Adestramento de Cães de Guerra, promovido pela Guarda Municipal de Marabá (GMM) em parceria com o Exército Brasileiro. Com duração de 12 dias e carga horária de 144 horas-aula, o curso reúne cerca de 25 agentes de segurança de diferentes instituições, incluindo guardas municipais de outros municípios e estados, com o objetivo de capacitar profissionais que atuam diariamente com cães em operações policiais e de resgate.

O subcomandante da Guarda Municipal de Marabá, Elder Lourenço, que coordena o curso e também ministra aulas de detecção, explicou que esta é a primeira vez que o curso é realizado nesse formato. “Já realizamos quatro edições do curso Operações com Cães, que é mais longo e sinotécnico. Este é mais específico e de curta duração, voltado à capacitação técnica e prática de operadores já inseridos no trabalho com cães”, destacou.

Durante o curso, os participantes terão acesso às disciplinas teóricas e práticas, como noções veterinárias, adestramento básico, guarda e proteção, detecção de narcóticos e armas, busca e resgate de pessoas, além de treinamento com instrumentos de menor potencial ofensivo. As aulas serão ministradas por uma equipe de dez instrutores de Marabá e de outros municípios.

Entre os participantes, está a guarda municipal Patrícia Oliveira, que veio de Altamira (PA) e atua com cães há três meses. Ela vê no curso uma oportunidade de aperfeiçoamento. “Esse trabalho é muito valorizado. O cão policial atua tanto em áreas urbanas quanto na mata. Recentemente, ajudamos na busca por uma senhora desaparecida em Altamira. A formação aqui vai acrescentar muito ao nosso trabalho”, relatou.

A diversidade de temas abordados no curso também contempla o Atendimento Pré-Hospitalar (APH), com aulas ministradas pelo guarda Presley, que destacou a importância desse conhecimento para os profissionais de segurança. “O APH se encaixa em praticamente todas as situações de risco. Seja durante o serviço ou mesmo fora dele, o operador pode se ferir. Ter essa formação é essencial”, afirmou.

Outro destaque é a aula de progressão em ambientes naturais, conduzida por Jocimar Amaral. Ele enfatiza que o trabalho policial não segue um roteiro fixo, e muitas vezes é preciso atuar em áreas de difícil acesso. “O cão policial é nosso parceiro nesse tipo de missão, porque ele vê, sente e percebe o que nós não conseguimos”, ressaltou.

De Altamira também veio o instrutor De Lima, do Grupamento de Busca e Resgate (GBR), com vasta experiência na área. Ele trouxe para o curso um cão da raça Bloodhound, especializado em rastreamento de pessoas desaparecidas. “Nosso objetivo é capacitar os agentes para que saibam interpretar os sinais dos cães e conduzir com eficiência esse tipo de missão. É uma área que exige muita prática, mas também conhecimento técnico”, explicou.

O curso segue até o dia 17 de maio, com treinamentos intensivos dentro e fora das instalações do Pelotão da Polícia do Exército. Ao final, os participantes passarão por avaliações práticas e teóricas, devendo alcançar nota mínima para aprovação.

Segundo o subcomandante Elder, a iniciativa visa não apenas qualificar os agentes, mas também melhorar a resposta das forças de segurança em ações que envolvam o uso de cães. “Hoje, o cão policial é indispensável em diversas frentes. Ao formar operadores mais preparados, estamos fortalecendo a segurança pública e oferecendo um serviço de maior qualidade à sociedade”, concluiu.

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio Santos

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