O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde viabilizou nesta quarta-feira (3), mais dois transplantes de rim no estado. Os rins doados vieram de um paciente com morte encefálica, cuja retirada aconteceu na manhã desta quarta-feira no Hospital Dr. Carlos Macieira (HCM), unidade de alta complexidade credenciada para coleta e transplante de rim e fígado, conforme a Portaria nº 2.363, do Ministério da Saúde. Os pacientes estava na fila do HU-UFMA, onde fizeram o transplante.
"Nos últimos dois anos tínhamos 295 pacientes na fila para transplante de rim, hoje temos 202. Nosso objetivo é continuar a avançar com o plano de aceleração de transplantes até alcançarmos a fila zero. Esse é o nosso objetivo final", disse o coordenador da Central Estadual de Transplantes do Maranhão, Hiago Bastos.
Além dos rins, também foram doadas as duas córneas e o fígado. Após a positiva familiar para a doação, a Central Estadual de Transplantes do Maranhão (CET-MA) iniciou o movimento para identificar os pacientes compatíveis que pudessem receber os órgãos.
Os dois pacientes que estavam na fila do transplante de rins compatíveis foram transferidos de Imperatriz, na região sul do Estado. Antônio Fernandes Silva, de 28 anos, era paciente renal crônico há quatro anos em decorrência de efeitos causados pela infecção por Covid-19. Há cerca de um ano entrou para a fila estadual de transplante de rim.
"Quando recebi a mensagem informando que faria o transplante eu estava na clínica dialisando. Depois me ligaram e novamente avisaram que eu tinha que estar aqui. Agora que esse dia finalmente chegou o meu coração está um pouco aflito, mas ao mesmo tempo tranquilo e emocionado. Sair da diálise é muito bom", compartilhou Antônio.
Já Maria dos Santos Barbosa, de 46 anos, foi a segunda paciente renal crônica que passou pelo transplante. Devido a complicações advindas de pressão alta, ela precisou começar a dialisar três vezes na semana. A notícia de que estaria sendo submetida ao transplante veio após um cochilo.
"Eu tinha acabado de acordar. A melhor notícia do dia. Nossa, o coração foi a mil. A adrenalina... coisa de Deus mesmo. É uma felicidade imensa. Estou muito feliz. Se eu pudesse descrever esse momento em uma palavra, acho que seria "esperança". Diria também para as pessoas não desistirem, porque eu estou há cinco anos na fila e agora eu vou ser transplantada, em nome de Jesus", explanou Maria.
A estratégia de transporte dos dois pacientes incluiu uma aeronave equipada com UTI, duas ambulâncias disponibilizadas pela SES, sendo uma com suporte básico e outra como Unidade de Suporte Avançado (USA), além de equipe médica para garantir a segurança dos pacientes durante o percurso até São Luís e procedimento cirúrgico. Assim que pousaram em São Luís, os pacientes foram encaminhados ao HU-UFMA.
A superintendente Estadual de Regulação da SES, Thalita Pereira Veiga, afirmou que a preocupação era que tudo acontecesse em tempo hábil. "A secretaria possui contratos de UTI aérea, porque devido à distância o Centro Tático Aéreo não conseguiria fazer esse voo direto. Então por meio de contrato com uma empresa de UTI aérea, com estrutura e equipe médica preparada, pudemos trazer os pacientes de maneira segura e oportuna".
Segundo a médica que integra a equipe do aeromédico, Beatriz Lima, responsável por toda a condução dos pacientes até o destino final no Hospital Universitário da UFMA, o processo envolveu desde a doação do órgão, captação e a efetivação. "São pacientes que têm uma doença renal grave e que precisam de todo o suporte necessário para conseguirem receber o órgão”.