O Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, produz cerca de 4 toneladas de alimentos por mês para servir em seu refeitório. Para tornar a gestão alimentar mais eficiente e sustentável, a unidade, referência em traumas ortopédicos do Governo do Estado, implantou, em 2024, o programa "Descartômetro". Nos últimos 11 meses, a iniciativa já evitou que 3.612 quilos de alimentos fossem desperdiçados – o equivalente a 8.026 refeições.

Criado em abril de 2024 como parte do planejamento estratégico da unidade, o Descartômetro tem o objetivo de tornar visível para os colaboradores a quantidade de resíduos gerados pelo desperdício alimentar durante o almoço e o jantar.

“O Descartômetro é um gráfico que representa visualmente o total de sobras de comida descartadas pelos colaboradores após a montagem de seus pratos. Nos últimos meses, obtivemos um resultado positivo, com a redução de 38% dos resíduos orgânicos gerados no refeitório”, explicou Ana Andrade, coordenadora de Nutrição Dietética do HPEG.

Mudança de hábitos

Para fortalecer essa conscientização, a unidade promoveu diversas ações estratégicas ao longo do último ano. A supervisora administrativa Anne Maia conta que, desde a implantação do projeto, passou a repensar suas escolhas alimentares.

"O projeto é muito importante para nossa reflexão como pessoa. Ver o quanto estamos reduzindo o desperdício enquanto tantas pessoas passam fome faz a gente repensar nossos hábitos. Eu, por exemplo, evito colocar macarrão e arroz, pois sei que não vou comer. Prefiro carne, frango e farofa", relatou.

O auxiliar administrativo Marcos Vinícius, que trabalha na unidade desde 2022, também vê o programa como uma forma de estimular o pensamento coletivo e a redução de custos.

"Considero esse projeto muito significativo, pois demonstra o compromisso do hospital em combater o desperdício alimentar. Fico feliz em ver essa iniciativa sendo incorporada à rotina da instituição. Se essa prática for mantida, há uma grande possibilidade de que outras unidades também a adotem", destacou.

Sustentabilidade em diversas frentes

Gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Hospital Galileu mantém diversas práticas sustentáveis para reduzir impactos ambientais e promover economia.

"A unidade realiza diversas ações para estimular práticas sustentáveis e de proteção ao meio ambiente. Entre elas, destacam-se a distribuição de mudas de plantas, a criação de dispositivos para fisioterapia e a fabricação de órteses e sandálias ortopédicas a partir de materiais recicláveis, contribuindo para a recuperação dos pacientes e para sua saúde psicológica", afirmou Cledes Silva, diretor-executivo do HPEG.

O hospital também conta com uma oficina de manutenção, onde objetos que seriam descartados são reaproveitados para gerar novos equipamentos. Além disso, o descarte de resíduos é feito de forma correta, com lixeiras diferenciadas conforme as normas ambientais.

O Galileu mantém ainda parcerias com organizações que transformam resíduos da unidade em materiais recicláveis, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Texto: Roberta Paraense