A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Coordenação de Educação Ambiental (Ceam), viabilizou com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) uma capacitação teórico-prática para professores do Centro de Mídias da Educação Paraense (Cemep) e gravação de conteúdo técnico para as aulas do componente curricular de Educação Ambiental.
A iniciativa faz parte da parceria entre Seduc e Embrapa, e visa fortalecer a Educação Ambiental por meio do suporte técnico e formação continuada nas áreas de Agropecuária e Socioambiental, bem como a transferência de tecnologias, produtos, processos e serviços produzidos pela Empresa.
“Acreditamos que a experiência da Embrapa em pesquisa, inovação e tecnologias ambientalmente responsáveis será decisiva para a ampliação da qualidade das discussões inseridas na componente curricular de Educação Ambiental, e para o maior conhecimento da sociedade paraense sobre como a agropecuária tem sido reestruturada no sentido de reduzir a quantidade de água e insumos, mitigar e controlar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), fomentar a competitividade e garantir a segurança alimentar e nutricional", afirmou a engenheira agrônoma e integrante da Ceam), Albene Both.
Tecnologia- A capacitação sobre o Projeto BioFORT, coordenado pela Embrapa, visa difundir a tecnologia da biortificação de alimentos (técnica de melhoramento genético que torna os alimentos mais nutritivos), que tem garantido a oferta de feijão, batata-doce, mandioca, milho e feijão-caupi com altos teores de nutrientes, principalmente ferro, zinco e pró-vitamina A.
“A biofortificação é uma estratégia sustentável, pois oferece alimentos com mais nutrientes a um custo acessível, e potencializa a produtividade e a qualidade dos alimentos em áreas agricultáveis cada vez mais escassas em razão da crise climática”, explicou Jaime Carvalho, analista da Embrapa.
O conteúdo gravado durante a capacitação será transmitido ao vivo, pelo IPTV, via Cemep, e inserido na programação disponível no Canal da TV Educativa do Estado do Pará.
Estímulo- Para o professor Marcus Vinícius da Costa, coordenador da área de Ciências da Natureza do Cemep, “na prática, essas aulas de Educação Ambiental gravadas na Embrapa aproximarão pesquisadores, cientistas, estudantes e professores, e tendem a estimular, nas crianças e jovens na rede estadual de ensino, o interesse pelo conhecimento científico, a aprendizagem e a reflexão sobre as interfaces da ciência, tecnologia e meio ambiente, preservação ambiental, importância da sustentabilidade e de práticas que garantam uma melhor qualidade de vida.”
Para Vladimir Bomfim, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPT/Embrapa), a “capilaridade da Seduc em todos os municípios do Pará, e o número de professores e alunos participantes da rede pública estadual, são meios fantásticos de apresentar à sociedade paraense o protagonismo da Embrapa em décadas de pesquisa, integrando inovação tecnológica, sustentabilidade e responsabilidade no enfrentamento dos problemas ambientais.”
Componente curricular- A oficialização da parceria entre Seduc e Embrapa atende aos objetivos da Lei Estadual nº 9.981/2023, que homologou a Política de Educação Formal para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima. Desde o primeiro bimestre de 2024, a Educação Ambiental foi inserida em todas as etapas do ensino, de forma obrigatória, nas escolas estaduais.
A Seduc destaca que o conteúdo ambiental torna o Pará pioneiro na garantia de um componente curricular obrigatório de sustentabilidade, o que incentiva atitudes e o engajamento de estudantes nas discussões sobre agendas fundamentais no contexto do Pará, como sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro deste ano.