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Água e Conservação: O papel do Parque Estadual do Utinga no abastecimento da Grande Belém

Mais de 70% da água que abastece a capital paraense e seus arredores, ou seja, 1,5 milhão de pessoas, tem origem no Parque Estadual do Utinga

Thapio Nunes
Por: Thapio Nunes Fonte: Secom Pará
22/03/2025 às 15h30
Água e Conservação: O papel do Parque Estadual do Utinga no abastecimento da Grande Belém
Foto: Kleber Júnior - IDEFLOR-Bio/Divulgação

Neste sábado (22), quando se celebra o Dia Mundial da Água, a relação entre conservação ambiental e segurança hídrica ganha ainda mais destaque na Região Metropolitana de Belém. Mais de 70% da água que abastece a capital paraense e seus arredores tem origem no Parque Estadual do Utinga, Unidade de Conservação (UC) gerida pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio). Os lagos Bolonha e Água Preta, localizados dentro da área protegida, são fundamentais para garantir o abastecimento de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas.

A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) é a responsável pelo tratamento e distribuição da água captada nesses mananciais. No entanto, a preservação da área cabe ao Ideflor-Bio, que tem o desafio de manter os ecossistemas do Parque equilibrados.

“A criação do Parque Estadual do Utinga teve como um de seus principais objetivos garantir a proteção das nascentes e das áreas adjacentes dos lagos Bolonha e Água Preta. Isso assegura não apenas a qualidade e a disponibilidade da água, mas também a conservação da biodiversidade local”, explica o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.

Importância -Moradora do bairro Cúrio-Utinga, localizado ao lado da (UC), Sophia Lopes conta que só recentemente descobriu a origem da água que chega à sua casa. “É incrível saber que a água que eu bebo vem daqui pertinho, de um espaço tão bonito e importante para nossa cidade. Agora, entendo melhor a necessidade de preservar esse patrimônio natural”, afirma.

Além de abastecer os moradores da capital paraense, os lagos do Parque Estadual do Utinga desempenham um papel essencial no equilíbrio ambiental da região. Eles sustentam uma grande diversidade de fauna e flora, além de contribuírem para a regulação do clima e a manutenção da umidade na floresta.

O gerente da Região Administrativa de Belém, Júlio Meyer, que também é responsável pelo Parque, destaca a importância desse recurso para além do consumo humano. “A água desses lagos é indispensável para os diversos organismos que vivem na reserva, desde aves aquáticas até a vegetação de várzea. Sem essa conservação, todo o ecossistema da área seria impactado”, ressalta.

O Parque, que é uma das 29 UCs geridas pelo Ideflor-Bio no estado, também tem papel fundamental na educação ambiental. Com trilhas ecológicas e atividades de conscientização, o espaço recebe visitantes interessados em aprender sobre a importância da preservação dos recursos hídricos. “Nosso objetivo é mostrar à população que a proteção da água começa com a proteção das florestas. Não há como garantir o abastecimento sem um ambiente equilibrado”, acrescenta Nilson Pinto.

Esforço Conjunto -No entanto, a manutenção da qualidade da água e a sustentabilidade da reserva exigem esforços contínuos. Além do controle sobre ocupações irregulares e atividades que possam degradar o entorno dos lagos, o Ideflor-Bio e a Cosanpa atuam em parceria para monitorar os níveis de poluição e implementar medidas preventivas. Esse trabalho inclui reflorestamento de áreas degradadas, controle de resíduos sólidos e programas de conscientização para a comunidade.

Para Sophia Lopes e outros moradores da região, o reconhecimento da importância da UC reforça a necessidade de ações individuais e coletivas para proteger esse recurso essencial. “Agora que sei de onde vem minha água, eu me sinto mais responsável por cuidar do meio ambiente. Pequenas atitudes, como evitar o desperdício e descartar corretamente o lixo, fazem toda a diferença”, afirma.

Neste sentido, a mensagem que fica é clara: a segurança hídrica de Belém depende da preservação do Parque Estadual do Utinga. A aliança entre desenvolvimento e sustentabilidade deve ser uma prioridade para garantir que as futuras gerações continuem tendo acesso a esse bem essencial à vida.

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