Nos dias 19, 20 e 21 de março, a Prefeitura de Marabá, por meio da Vigilância Ambiental e Endemias, realiza a I Capacitação dos Agentes de Combate a Endemias (ACE) de 2025. O evento acontece no auditório da UBS Emerson Caselli e tem como principal objetivo fortalecer as ações de campo e preparar os agentes para o 2º Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAa), programado para ocorrer entre os dias 24 e 28 de março.

A capacitação teve início na tarde de terça-feira, 18, com uma palestra realizada por pesquisadores em medicina trópica, onde foi abordada a biologia dos mosquitos transmissores de arboviroses e as mais recentes pesquisas sobre o tema. Durante a exposição, foram destacadas características do comportamento dos vetores, estratégias de controle e os diferentes tipos de larvicidas utilizados no combate às larvas.

O coordenador de Vigilância Ambiental e Endemias, Bruno Anchieta, explicou a importância da atualização para os agentes.

“Esse workshop foi essencial para trazer novas perspectivas sobre o combate vetorial. Estamos realizando um treinamento específico sobre larvicidas e discutindo as particularidades de cada localidade, principalmente aquelas que apresentaram alto risco nos levantamentos anteriores”, afirma.

Ainda segundo Anchieta, a programação inclui um treinamento prático conduzido pelos próprios agentes, que compartilharão conhecimentos sobre o uso adequado dos produtos químicos no controle de focos do mosquito.

“O LIRAa exige um esforço conjunto, além da coleta de larvas, os agentes precisam conscientizar os moradores sobre a importância de eliminar criadouros dentro de casa. Pedimos à população que receba bem os profissionais e permita o acesso às residências, pois o levantamento segue critérios técnicos e visita apenas cinco casas por quarteirão”, explica o coordenador.

A agente de endemias Ana Carla destaca a relevância da capacitação.

“É um aprendizado que levamos adiante. Há coisas que já sabemos, mas relembrar é fundamental. Isso nos ajuda tanto na abordagem com os moradores quanto no nosso trabalho diário em campo”, disse.

Sobre o primeiro LIRAa realizado em janeiro, Ana Carla aponta desafios. “Os índices estavam altos e ainda precisamos avançar na conscientização. Muitos moradores acreditam que o problema é apenas a coleta de lixo, mas a prevenção começa dentro de casa, eliminando focos nos quintais. Nosso papel é orientar e, se necessário, até auxiliar na remoção de objetos que acumulam água. Mas a população também precisa fazer sua parte”, reforça.

O LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) é uma metodologia utilizada pelo Ministério da Saúde para mapear a infestação do mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e Zika vírus em uma determinada região.

O levantamento é feito a partir da coleta de larvas em residências selecionadas de forma amostral, permitindo identificar os locais com maior risco de proliferação do vetor. Com base nos resultados, as autoridades de saúde podem direcionar melhor as ações de combate, como campanhas de conscientização, aplicação de larvicidas e remoção de criadouros.

A capacitação também marca um novo ciclo de integração entre os agentes de endemias, agentes comunitários de saúde e demais setores da Prefeitura, visando um trabalho conjunto para reduzir os índices de infestação. “Com base nos resultados do LIRAa, vamos colocar em prática um cronograma de limpeza em parceria com as secretarias municipais, tornando a ação mais eficiente”, adiantou Bruno Anchieta.

O trabalho intensificado nos próximos dias será fundamental para a preparação do segundo LIRAa do ano. A expectativa é que a capacitação contribua para um diagnóstico mais preciso e para a formulação de estratégias eficazes no combate ao Aedes Aegypti e outras espécies vetoras de doenças como dengue, Chikungunya e febre amarela.

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sávio Calvo

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