Quem coordena a Uati-UEPG é a professora Rita de Cássia da Silva Oliveira. Segundo ela, o trabalho desenvolvido é essencialmente educativo, mas com uma concepção ampliada de educação. “Uma educação não formal voltada para a elevação da autoestima do idoso, além de oferecer conhecimentos, atualizações e informações que sejam úteis para cada vez mais estarem incluídos na sociedade. A pessoa idosa precisa se sentir um cidadão útil e participativo”.
Ela disse ainda que a Uati é importante porque promove relações interpessoais e a inclusão da pessoa idosa no contexto social. “Isso pode ser comprovado pelo grande número de alunos que entram todos os anos Inclusive com lista de espera para a próxima turma em 2026”, destaca a professora Rita.
Você conhece a Uati-UEPG?
A turma de 2025 conta com 85 idosos. Esse número elevado foi possível devido a utilização de uma sala maior no Campus Centro que comporta essa quantidade de alunos. Ao todo, são 24 disciplinas ofertadas com três novidades: fotografia, carpoterapia e círculo de leitura.
As aulas da Uati possuem carga horária de 30 horas com conteúdo teórico e na maior parte das vezes práticos. São realizadas diversas atividades interativas como passeios, visitas culturais, piqueniques, caminhadas, gincanas, viagens dentro e fora do Paraná, confraternizações, entre outras.
“Fazemos ao longo do ano no mínimo quatro festas. A primeira é a dos calouros, com a recepção dos novos alunos. A segunda é a junina, na metade do ano. Após o recesso, conforme calendário da UEPG, fazemos alguma festa temática como da primavera, Halloween, tropical, sendo decidida mais próximo do evento. Por fim, a festa de encerramento do ano que normalmente é natalina”, afirma a coordenadora da Uati.
Além disso, segundo a professora Rita, o mês de outubro é bastante comemorado, por fazer referência à pessoa idosa. Entre os eventos está o Baile de Debutantes, que está em sua terceira edição. Neste período também acontece o encontro dos alunos da terceira idade das instituições públicas do Paraná em Pontal do Paraná.
Calouras animadas com o início da turma
Sabe aquele “friozinho” na barriga antes de começar as aulas? Pessoas novas, lugar diferente… Na Uati também é assim! A caloura Delci Maria Bonato disse que já conhecia as atividades, mas nunca participou. “Conheço muita gente que participa e todos dizem que é muito bom. Espero fazer coisas diferentes, trabalhar em grupos, participar, aprender coisas diferentes, fazer aula de pilates, que é bom para a coluna”, destaca.
Jane Vasconcelos também é caloura, mas não conhecia muito sobre a Uati. Ela disse que ficou sabendo da formação dessa turma e decidiu participar. “A minha expectativa é resgatar a minha dignidade, conhecer pessoas, interagir. Há muitos anos sendo boicotada por muita coisa. Viver novamente. Quero participar dos jantes, festas, bailes, realmente interagir com outras pessoas”.
A professora Rita endossa essas expectativas, pois, para ela, é preciso buscar uma mudança no paradigma da velhice. “A longevidade é um fenômeno posto e, sendo assim, o idoso é um cidadão que tem direito à educação e os demais direitos que são previstos pela Constituição”. Para ela, todos te, que oportunizar esse espaço de educação. relações intergeracionais, ampliação do círculo de amizades, convivência, lazer, para que o idoso possa realmente se sentir incluído e participativo da sociedade que pertence.
“Chegar à velhice com qualidade de vida é uma dádiva e não basta apenas querer, precisa se preparar para que isso seja possível. Então precisamos de uma sociedade que respeite a pessoa idosa mas, o idoso também tem que lutar para que isto se efetive”, finaliza a professora Rita.
Texto e fotos: Tierri Angeluci