A Escola Estadual Professora Delmira Ramos, localizada no bairro Coophavila, em Campo Grande, está passando por uma grande revitalização como parte do programa ‘Revitalizando a Educação com Liberdade’. A iniciativa, que está reformando sua 16ª escola, conta com a mão de obra de detentos do regime semiaberto e é fruto de uma parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, e a Secretaria Estadual de Educação.
As obras tiveram início em 5 de dezembro de 2024 e devem ser concluídas até o final de abril. Com um investimento total de R$ 650 mil, a revitalização inclui melhorias estruturais essenciais, como reforma do telhado, dos banheiros, instalação de novos forros, pintura geral, reestruturação hidráulica e aprimoramento da cozinha e despensa.
O diferencial do projeto está na força de trabalho utilizada: 25 detentos Centro Penal Agroindustrial da Gameleira atuam diretamente na obra, desempenhando funções como pedreiros, pintores, serralheiros e eletricistas. Cada interno recebe um salário-mínimo mensal pelo trabalho, sendo que 10% desse valor é destinado à compra de materiais para futuras reformas escolares.
“Essa é a 16ª escola reformada com a mão de obra de presos do regime semiaberto de Campo Grande. O objetivo é proporcionar melhorias estruturais nas escolas e, ao mesmo tempo, oferecer uma oportunidade de reinserção social aos internos. Nossa ideia é transformar presos em trabalhadores”, enfatizou o juiz Albino Coimbra Neto, titular da 2ª VEP, durante vistoria técnica às obras nessa terça-feira (18.3).
Para o diretor do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Ricardo Teixeira de Brito, o programa é uma chance de profissionalização para os internos. “Essa iniciativa dá aos detentos uma oportunidade real de aprendizado em diversas áreas, como pintura, elétrica e alvenaria. Ao mesmo tempo em que beneficia as escolas, contribui para que os reeducandos possam reconstruir suas vidas após o cumprimento da pena”, ressaltou o dirigente, que acompanhou a visita. “Ao proporcionar aos internos uma nova perspectiva de vida e, simultaneamente, melhorar a infraestrutura das escolas públicas, a iniciativa mostra que é possível transformar desafios em oportunidades reais de crescimento para todos os envolvidos”, complementou.
Já a diretora da Escola Estadual Professora Delmira Ramos, Gigliola Vince, destacou a relevância do projeto para a educação e para o bem-estar dos alunos. “A estrutura da escola influencia diretamente na qualidade do ensino. Salas bem equipadas, uma instalação adequada e espaços confortáveis fazem toda a diferença no aprendizado dos estudantes”, disse.
Comunicação Agepen
*com informações e fotos do TJMS