No Dia do Artesão, 19 de março, a prefeitura apresenta o trabalho de Nildete Martins e Claudete Santos em homenagem a todos os que se habilitam a esta arte criativa e cheia de identidade
O artesanato é uma atividade existente desde o princípio da humanidade e possui diversas vertentes, que ajudam a desenvolver a criatividade humana. Neste 19 de março, Dia do Artesão, conversamos com duas mulheres que têm algo em comum: atuam há mais de 30 anos com artesanato.
Nildete Martins mora há seis meses em Marabá. Natural de Santa Inês, no Maranhão, ela morava na cidade de Açailândia quando mudou-se com o marido para Marabá. O artesanato começou a fazer parte de sua vida na infância. Em uma família em que a mãe e os avós trabalhavam com o ofício, não demorou para que Nildete desenvolvesse a habilidade.
“Na minha família tem vários artesãos. Então, está no sangue. O artesanato está na veia. Eu fazia biscuit, fazia crochê. Quando eu conheci o frufru, que é essa técnica que eu faço hoje, fiquei, me identifiquei”, relembra.
Ela conheceu o frufru há oito anos por meio de vídeos na internet. Na época, trabalhava em uma malharia e usava os pedaços de malha que sobravam para produzir as peças. Hoje, fica na máquina de costura das 8h às 13h. A técnica consiste em uma base,que pode ser jeans, brim, tecidos pré-estofados, lonas de algodão cru ou TNT gramatura 150, por exemplo. Com isso, os tapetes são feitos com tiras de malhas, especificamente a helanquinha.
A partir daí, entra a imaginação. Podem ser feitas diversas imagens. No ateliê de Nildete, pudemos encontrar os personagens Relâmpago McQueen e Stitch e ela estava produzindo um tapete com a imagem das Meninas Superpoderosas. Antes do frufru, ela trabalhava com biscuit e crochê.
Quando Nildete chegou em Marabá, logo procurou conhecer outros artesãos e foi até a Feira do Pôr do Sol, aos domingos, na Praça São Félix de Valois, para se informar. Ela se inscreveu para expor e hoje participa também do Coreto Pôr do Sol, na Praça Duque de Caxias, onde diversas artesãs expõem e vendem seus trabalhos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.
Nildete conta que tem o desejo de compartilhar seus conhecimentos com outras pessoas e reforça o impacto que o artesanato teve em sua vida.
“Não precisa a pessoa ter muito dinheiro para começar a fazer esses tapetes. Eu queria ajudar outras mulheres a desenvolverem esse trabalho para ter uma renda. O artesanato, além de ser uma fonte de renda, é também muito prazeroso para mim. Como eu fico muito tempo em casa, me tira todo o estresse. É terapia”, afirma.
“Eu quero parabenizar todas as artesãs e artesãos também, todos que trabalham manualmente. Porque eu sei que todos nós que fazemos esse tipo de trabalho, a gente tem amor e é muito prazeroso, muito gratificante. Então, desejo Feliz Dia do Artesão para todas e todos”, deseja Nildete.
Natural de Santarém, no oeste do Pará, Claudete Santos está em Marabá há três anos. Ela sempre se interessou pela cestaria e quando foi aconselhada por um psicólogo a desenvolver uma atividade manual, viu no artesanato uma válvula de escape importante, que a acompanha há 30 anos. Aprendeu sozinha a cestaria e fez cursos para aprender outras técnicas.
Atualmente, ela utiliza diversos tipos de matéria-prima como miçangas, musgo desidratado, pedrarias, palha, talos e caroços de açaí, castanhas, palha de coqueiro, troncos, galhos secos e outros materiais que podem ser encontrados na natureza. Com esses materiais em mãos, produz biojóias, bijuterias e objetos como porta-canetas e porta-chaves, por exemplo.
“Quando você vê um objeto, já imagina o que vai fazer. Você vai vendo formas, às vezes, você encontra algo na natureza e já imagina o que vai fazer. Claro que atualmente a gente vai lá na internet colher um pouco de ideia e vai aumentando com o que já tem na sua mente”, afirma.
Logo que chegou em Marabá, ela procurou se enturmar com artesãos da cidade e conheceu a Feira do Pôr do Sol e o Coreto Pôr do Sol, onde expõe e vende seus trabalhos.
O artesanato a ajudou a superar momentos difíceis como a perda do marido e do pai. Para ela, a atividade a impulsiona, a torna uma pessoa melhor e a deixa leve diante dos desafios da vida.
“Quando você está produzindo, você está dedicado totalmente àquele objeto. Ali, você não tem problema, está ali passando boas energias naquilo que está construindo. Porque se algumas pessoas estiverem com algum problema, o artesanato é um modo de você se distanciar. Produzir algo manual vai te trazer uma leveza”, observa.
Claudete também deixa uma mensagem para os colegas artesãos no dia que celebra seu ofício.
“Que nós continuemos nessa criatividade porque as peças que construímos são únicas, pode ter certeza. Pode ter várias pessoas que fazem o mesmo produto, mas cada um tem sua maneira de fazer. Que a gente continue com dedicação, com criatividade e que a gente não desista”, comenta.
O Dia do Artesão também é uma homenagem a São José, o padroeiro dos artífices. A Feira do Pôr do Sol retorna com as atividades quando cessar o período chuvoso.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Ana Isabella Costa e Arquivo Secom
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