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Serviço de Cardio-oncologia do HOL passa a ofertar exame de ecocardiograma com estresse farmacológico

A nova opção de diagnóstico visa monitorar a saúde cardíaca de pacientes durante o tratamento, proporcionando um acompanhamento mais preciso e eficaz

Thapio Nunes
Por: Thapio Nunes Fonte: Secom Pará
23/02/2025 às 13h30
Serviço de Cardio-oncologia do HOL passa a ofertar exame de ecocardiograma com estresse farmacológico
Foto: Divulgação

A crescente preocupação com a saúde cardiovascular de pacientes oncológicos ganhou um novo aliado em clínicas e hospitais especializados. Pioneira na região Norte, a Cardio-Oncologia do Hospital Ophir Loyola (HOL) passou a oferecer uma nova ferramenta de diagnóstico: o ecocardiograma com estresse farmacológico, sendo também o primeiro hospital da rede pública estadual a oferecer esse exame. Essa análise visa detectar possíveis alterações cardíacas precoces, muitas vezes relacionadas ao tratamento oncológico, como quimioterapia e radioterapia, que podem afetar a função cardíaca dos pacientes.

O exame combina ecocardiograma com medicamento para avaliar a função do coração, acelerando-o e simulando um esforço físico, sem necessidade de atividade física real. O teste monitora as válvulas, os batimentos, a contratilidade (capacidade intrínseca do músculo cardíaco de se contrair), a pressão arterial, a frequência cardíaca e oxigenação, observando-se a resposta do coração em repouso e em esforço máximo.

O diretor-geral do HOL, Heraldo Pedreira, ressalta o esforço da direção para trazer métodos pioneiros e tecnologias avançadas, sempre com um único objetivo: proporcionar o melhor cuidado aos nossos pacientes. “Esse novo exame apresenta mais um avanço no diagnóstico e acompanhamento de doenças cardiovasculares. Um método que permite uma avaliação ainda mais precisa e detalhada do coração e, sem dúvida, oferece um diagnóstico mais eficaz e seguro. Parabenizo à equipe de cardio-oncologia pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo em nossa instituição”, afirmou.

A cardio-oncologista e chefe do serviço, Louise Machado, explica que o exame ganha relevância para o acompanhamento de quem está em tratamento ou em controle pós-tratamento oncológico. Principalmente porque o uso de quimioterápicos e radioterapia, que são tratamentos comumente empregados no combate ao câncer, pode levar a uma série de complicações cardíacas.

“Esse exame na cardio-oncologia pode ser utilizado em três cenários principais: antes do início do tratamento para avaliar aqueles que irão fazer quimioterapias que aumentam o risco de infarto; monitorar a cardiotoxicidade, pois alguns tratamento como a radioterapia aceleram o depósito de gordura nos vasos do coração e para avaliar a dor torácica no paciente com câncer, impedindo que o tratamento seja interrompido erradamente”, informou.

Há mais de um ano em funcionamento, o Serviço de Cardio-oncologia já realizou mais de mil atendimentos somente no ambulatório, e registra uma média média 250 ecocardiogramas mensais, além das avaliações dos pacientes internados. A ampliação da oferta desses exames permite também o manejo de pacientes neurológicos e, em acompanhamento, no pré e pós-transplante.

“Atualmente, além do ecocardiograma com estresse farmacológico, o HOL oferece diversas modalidades do exame: transtorácico, transtorácico com strain (ainda sem cobertura pelos planos de saúde). Também ofertamos o ecocardiograma transesofágico, fundamental para avaliar a presença de trombos, que são bastante comuns em pacientes oncológicos,assim como auxiliar no diagnóstico de endocardite e massas cardíacas”, destacou.

Aline Travessa, cardiologista especialista em ecocardiografia, explica que a introdução do ecocardiograma com estresse traz benefícios significativos para monitorar a saúde cardíaca desses pacientes. “O exame pode identificar precocemente qualquer sinal de disfunção cardíaca, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes, além de ajudar na personalização do tratamento oncológico, ajustando medicações ou abordagens terapêuticas conforme necessário para proteger o coração”, destacou.

A realização do ecocardiograma com estresse é feita em um ambiente controlado e com o acompanhamento de uma equipe especializada. A tecnologia avançada utilizada no ecocardiograma oferece imagens detalhadas do coração, em tempo real, permitindo que os médicos identifiquem possíveis anomalias no fluxo sanguíneo, na contração do músculo cardíaco e na estrutura do coração. Os pacientes devem fazer jejum por 6h antes do teste.

Edna Serra, de 62 anos, está na fase de controle do câncer e foi submetida ao exame. Cardiopata, possui um stent (pequeno dispositivo inserido nas artérias para prevenir ou evitar obstruções no fluxo sanguíneo). Ela foi o terceiro paciente a ser submetido ao exame no HOL na última sexta-feira(21). "A cardiologista recomendou o exame para avaliar a saúde do meu coração, já que tenho histórico de problemas cardíacos. Fiz quimioterapia e radioterapia, e ela sugeriu o exame como medida preventiva. Eu me encontrei no SUS. Aqui, no hospital, sou acompanhada por excelentes médicos e tenho acesso a todos os meus exames", afirmou.

Tecnologia a serviço da prevenção e qualidade de vida

Essa nova oferta do Serviço de Cardio-oncologia não se resume apenas a um exame de diagnóstico, mas sim a uma medida preventiva que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Ao detectar precocemente qualquer alteração no funcionamento do coração, é possível agir rapidamente, minimizando o risco de complicações graves e garantindo que o tratamento contra o câncer não sobrecarregue ainda mais o sistema cardiovascular do paciente.

Para o diretor clínico do HOL, Fábio Araújo, o acompanhamento rigoroso da saúde do coração durante e após o tratamento oncológico é fundamental para a longevidade e bem-estar dos pacientes, dado que muitas vezes a função cardíaca pode ser comprometida sem que os sintomas sejam imediatamente perceptíveis.

“A introdução do ecocardiograma com estresse no Serviço de Cardio-Oncologia representa um avanço significativo no cuidado integral de pacientes oncológicos. Esse exame proporciona uma abordagem mais detalhada e eficaz para prevenir complicações cardíacas, preservar a saúde do coração e aumentar as chances de uma recuperação plena e com mais qualidade de vida”, destacou o diretor.

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