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Caps III: Um farol de esperança no combate às drogas e alcoolismo em Marabá

Um dia da semana representa a chance de mudar de vida para os pacientes do Grupo de Redução de Danos, que são atendidos toda quinta-feira no Centro...

Thapio Nunes
Por: Thapio Nunes Fonte: Prefeitura de Marabá - PA
20/02/2025 às 20h50
Caps III: Um farol de esperança no combate às drogas e alcoolismo em Marabá
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PA

Um dia da semana representa a chance de mudar de vida para os pacientes do Grupo de Redução de Danos, que são atendidos toda quinta-feira no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) III, na Folha 31, Nova Marabá. A sessão de hoje foi ainda mais significativa, tendo em vista que 20 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate às Drogas e Alcoolismo.

Coordenando o Grupo de Redução de Danos há 3 anos, a enfermeira psiquiátrica Paula Aviz explica que o foco do trabalho é mostrar aos participantes a responsabilidade e as consequências geradas pelo vício, de maneira que eles estejam conscientes durante o tratamento e, assim, fortaleçam a capacidade de lidar com a abstinência e as recaídas sem desistir de viver na sobriedade.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PA
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Enfermeira psiquiátrica Paula Aviz

“Cada pessoa tem suas limitações e dificuldades, cada organismo funciona de uma forma diferente. Então, inseridos no grupo eles conseguem ver a realidade deles através das conversas, do que a gente vai refletir, das dinâmicas eles percebem que o uso envolve várias camadas e é uma decisão do usuário tentar diminuir o dano que a substância causou. Eles mudam a realidade deles a partir do que eles passam a entender o que já se perdeu e do que se deseja conquistar, melhorar”, detalha Paula.

Para integrar o grupo todos passam pelo acolhimento no Caps III e após a triagem para identificação de perfil de tratamento, o público é encaminhado para um dos grupos de atendimento. No caso de redução de danos, além das rodas de conversa, dinâmicas e atividades os participantes também recebem o acompanhamento dos técnicos de referência, que fazem a busca ativa quando os integrantes passam por recaídas e deixam de frequentar o grupo.

Para a artesã e redutora de danos, Eliete Souza, estar à frente desse trabalho de reabilitação é servir de apoio que essas pessoas necessitam para enxergar a vida fora do vício. Por isso, a dinâmica dos rótulos foi trabalhada nesta quinta-feira, 20, com o objetivo de incentivar nos participantes a recusa de serem nomeados com palavras ou expressões depreciativas que lhes reduzem ao lugar do vício.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PA
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Eliete Souza, artesã e redutora de danos

“É muito gratificante, é um sentimento de compensação por estar desenvolvendo um trabalho que traz à consciência ao indivíduo: ele enquanto indivíduo, não como uma substância. Hoje a gente falou sobre rótulos, sobre aqueles rótulos que a população ou que pessoas dão a eles, para que eles possam se enxergar como um ser humano que pode, sim, estar dentro da sociedade novamente, se restabelecer, ter uma vida dentro da tranquilidade, normalidade”, declara Eliete.

Um dos participantes do Grupo de Redução de Danos do Caps III Castanheira, que prefere não ser identificado, considera o atendimento fundamental para melhorar de vida, que somado ao apoio da família e a oportunidades de estudo e trabalho fortalece o empenho em continuar o tratamento.

“A gente não quer assumir que precisa de ajuda, a gente quer falar que a gente consegue sozinho. Antigamente eu falava: eu não preciso disso não. Isso foi o meu maior erro. Deus tem algo muito grande não só pra mim, mas pra todos nós que frequenta aqui porque o nosso testemunho é forte. Eu terminei o curso, sou operador de máquinas, tenho minha habilitação, mas eu ainda lutando”, declara.

A enfermeira Paula ressalta que o Grupo de Redução de Danos conta com parcerias para viabilizar o cuidado em saúde integral e o acesso a oportunidades de capacitação profissional.

É um público que quer trabalhar, que quer estudar e que foi limitado pelo uso da substância. A gente traz parceiros para conversar, já tivemos odontólogos falando dos prejuízos do uso. Então, hoje a gente precisa mesmo de atividades de geração de renda e a gente conta com novas parcerias”.

Já a artesã e redutora de danos Eliete lembra que é imprescindível que haja uma conscientização maior da sociedade sobre os preconceitos e julgamentos, que acabam marginalizando essas pessoas e dificultando ainda mais o processo de reabilitação.

“Tenho um recado: passar a enxergar as pessoas enquanto ser humano e não como substâncias. Infelizmente esse olhar preconceituoso, esse olhar de julgamento, faz com que as pessoas continuem nos vícios, tanto do álcool quanto da droga, enfim, mudança de olhar, olhar o ser humano como ser humano e não como uma substância”, aconselha.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PA
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Texto: Fabiane Barbosa
Fotos: Igor Leite

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