A estudante Hizyane Borges, de 17 anos, conquistou uma vaga no curso de Engenharia Naval e Oceânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Moradora de Amarante, no Piauí, ela vê na aprovação a continuidade da ligação de sua família com embarcações. "Meu avô materno e meu pai trabalhavam transportando pessoas pelo Rio Parnaíba", conta. Agora, em vez de navegar pelas águas do rio, ela se dedicará à construção de embarcações.
Aluna do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Polivalente, Hizyane sempre se interessou por grandes estruturas. "Sempre me encantei por construções. O porte de uma obra de larga escala é outro nível. Inicialmente, pensava em cursar Medicina Veterinária, mas ao longo do ensino médio descobri o interesse pela engenharia naval”, diz.
O resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), divulgado na última segunda-feira (27) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), coroou um esforço coletivo. "É a realização de um sonho, não só meu, mas da minha família", afirma. "Meus avós e meu pai sempre me incentivaram a estudar muito, mesmo com dificuldades."
A trajetória até a aprovação exigiu dedicação. Durante a pandemia, Hizyane teve dificuldades com matemática, mas contou com o apoio de professores como Jeferson Feitosa, de Matemática, e Josélia Santos, de Redação. "Meu professor de biologia, Fábio, também me ajudou muito. A professora Sâmia, de história, sempre foi incrível", lembra.
O secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, destaca que histórias como a de Hizyane refletem o avanço da rede pública estadual. "As conquistas dos nossos estudantes nos enchem de orgulho e mostram que estamos no caminho certo. Foram mais de 4 mil aprovações apenas em instituições do Piauí, além de outros casos como o dela, que conquistou uma vaga na UFRJ", afirma.