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A capacitação tem como ponto principal a avaliação neurológica simplificada, um exame importante para o diagnóstico da doença
O auditório da Unidade Básica de Sáude João Batista Bezerra, no bairro Santa Rosa, recebeu enfermeiros, que fazem parte da rede de atenção básica do município, para uma capacitação voltada a protocolos referentes à Hanseníase realizada pelo Departamento de Doenças Crônicas. A programação dá início à campanha Janeiro Roxo, que busca conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença.
As campanhas com temas específicos realizadas pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, têm por objetivo chamar a atenção da sociedade para questões importantes como a Hanseníase, doença infecciosa, crônica e que tem evolução lenta.
“Às vezes, as pessoas não sabem os principais sintomas e a longo prazo, pode trazer sequelas, que podem inviabilizar a vida profissional de uma pessoa. O diagnóstico é clínico, barato. Qualquer unidade de saúde, quando o pessoal treinado tem condições de fazer o diagnóstico e oferecer o tratamento. O tratamento é eficaz, comprovado. O objetivo é atingir essas pessoas para que o tratamento seja precoce e tenha sucesso, eficiência. A principal arma contra qualquer tipo de doença é a informação e o objetivo principal das campanhas é informar a população”, ressalta o secretário de Saúde de Marabá, Werbert Carvalho.
A capacitação teve como ponto principal a avaliação neurológica simplificada, um exame importante para o diagnóstico da doença. Quem ministrou o momento foi Waldirene Barreto, visitadora sanitária, responsável pelo programa de Hanseníase e Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS), que destaca a importância da capacitação.
“A gente utiliza esse exame durante todo o tratamento, tanto para dar diagnóstico, como para acompanhar o tratamento e para a avaliação de alta. Todo paciente precisa obrigatoriamente fazer, porque faz parte do programa do Ministério da Saúde. Então, é importante a capacitação para que os enfermeiros desenvolvam o melhor trabalho possível”, pontua.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre os sintomas da Hanseníase estão: diminuição ou ausência de sensibilidade ou força muscular na face, mãos e pés; sensação de formigamento nas mãos e pés e manchas ou caroços pelo corpo.
Atualmente, 64 pessoas realizam o tratamento para a doença no município. Sthelyos Braz, 25 anos, fez o tratamento pela Atenção Básica e está curado. Após passar por alguns profissionais, ele recebeu o diagnóstico correto da doença na UBS Jaime Pinto, no bairro Belo Horizonte. Isso porque o tipo de Hanseníase que Sthelyos teve era diferente, com poucos sintomas visíveis.
“Acho que é a questão mais de prevenir e educar os servidores, além de informar as pessoas que possam ter a doença. Depois da identificação da doença e começar o tratamento, é tudo certo e encaminhado dentro do prazo, de acordo com o que deve ser”, avalia.
Além do acompanhamento, por lei, pessoas diagnosticadas com a doença recebem cesta básica. Segundo Max Rafael Miranda, o intuito da programação é promover uma rede qualificada de atendimento às pessoas que precisam fazer o tratamento para a doença e diagnosticar possíveis novos casos.
“O diagnóstico da Hanseníase é clínico, então, precisamos ter profissionais qualificados para conseguirem fechar um diagnóstico. O tratamento é gratuito e vai depender do grau da doença. Há várias formas de Hanseníase. Se é uma forma leve, o paciente recebe o tratamento de seis meses e mais graves são 12 meses. Em casos mais complicados, há o acometimento de nervos. E fazemos acompanhamento desses pacientes que normalmente chamamos de dermato-sintomáticos para fazer essa avaliação”, afirma.
A capacitação continua na tarde de quarta-feira, 15, para atender aos demais enfermeiros da rede, incluindo profissionais que atuam no sistema prisional. São mais de 50 enfermeiros capacitados.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Igor Leite
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