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Feira de Santana homenageia legado do feirense Carlos Pitta durante missa de sétimo dia

A comunidade feirense participou, no fim da tarde desta segunda-feira (13), da missa de sétimo dia em memória do cantor e compositor feirense Carlo...

Thapio Nunes
Por: Thapio Nunes Fonte: Prefeitura de Feira de Santana - BA
14/01/2025 às 11h00
Feira de Santana homenageia legado do feirense Carlos Pitta durante missa de sétimo dia
Foto: Reprodução/Prefeitura de Feira de Santana - BA

A comunidade feirense participou, no fim da tarde desta segunda-feira (13), da missa de sétimo dia em memória do cantor e compositor feirense Carlos Pitta. A celebração religiosa aconteceu na Catedral de Nossa Senhora Santana, popularmente conhecida como Igreja da Matriz.

Promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e Fundação Egberto Tavares Costa (Funtitec), a missa foi presidida pelo Arcebispo Emérito de Feira, Dom Itamar Vian, como uma homenagem à trajetória de Pitta e celebração da contribuição do artista para a música e a cultura, feito que ultrapassou as barreiras da Princesa do Sertão.

Para o secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Cristiano Lôbo, que representou o prefeito de Feira José Ronaldo de Carvalho na cerimônia, o momento é de reflexão e gratidão pela história do cantor, que, com sua voz e suas composições, encantou e representou a cidade de Feira de Santana.

"Precisamos resgatar todo o seu trabalho e tudo o que ele fez. Nossa obrigação é valorizar os artistas da terra em vida, mas, em um momento como esse, é preciso reconhecer todo o seu legado. Nós sugerimos que o sepultamento fosse feito em Feira, colocamos um equipamento público à disposição, porém já estava programada a cremação do corpo do artista em Salvador. No entanto, a família já demonstrou a intenção de trazer as cinzas e depositá-las aqui. Ao longo do ano, outras ações em homenagem a Pitta serão promovidas pela Secel e a classe artística", pontua o secretário.

O presidente da Funtitec, Antônio Carlos Coelho, ressalta que o artista deixa um vazio no cenário cultural de Feira de Santana, mas sua música e legado continuam vivos na memória de todos.

"Eu perdi um grande amigo e Feira de Santana perdeu um gênio musical. Essa homenagem ainda é pouca para a importância de Carlos Pitta como músico e compositor que sempre privilegiou a sua terra natal, Feira de Santana. Nós ainda vamos preparar uma grande homenagem, mais adiante, Pitta, para perpetuar o nome deste grande músico para a eternidade", destaca.

A cerimônia reuniu amigos, admiradores e familiares de Pitta. Naiana Damasceno Pitta, filha do cantor, fez questão de retornar à Feira de Santana para acompanhar a homenagem ao pai. De acordo com ela, a cidade era o grande amor da vida de Carlos Pitta.

"Para o meu pai, Feira de Santana era mais do que um orgulho, era um grande amor, uma grande paixão para ele. Então, estar aqui e receber todo esse carinho, todas essas homenagens, para a gente é a confirmação do que ele fez por essa terra, do que ele fez pela cultura, do que ele fez pelo sertão. E tem esse lugar na minha vida também, eu sou feirense, e eu acho que estar aqui neste momento e poder receber esse abraço da comunidade, dos fãs, de todos os presentes, é muito importante e eu sei que para ele também. Onde quer que meu pai esteja, ele está com muito orgulho do que está sendo feito como reconhecimento. E todos nós, em nome da família, recebemos esse abraço. Eu sei que ele era muito amado, muito querido, eu sei que a obra dele tem uma grande importância para a cultura brasileira, para a cultura baiana, para a cultura nordestina, para a cultura feirense. Eu não esperava todo esse movimento, mas não me surpreende", relata.

Durante a missa, o médico e escritor Dr. João Batista também destacou a irreverência de Pitta e o amor por Feira de Santana, sendo, inclusive, um dos grandes incentivadores de movimentos culturais locais.

"Mesmo tendo feito parceria com grandes nomes, ele nunca se afastou de Feira de Santana, sempre atuou em prol da cultura feirense. Devemos a ele também o resgate da festa de Sant’Anna e do Bando Anunciador. Dele, vamos manter saudade, mas ela vai diminuindo aos poucos. Daqui vamos continuar agradecendo pela obra e marca positiva de Feira de Santana, além da contribuição imortalizada por meio da sua obra", afirmou Dr. João Batista.

TODOS OS CAMINHOS LEVAM AO LEGADO DE CARLOS PITTA

O cantor e compositor Carlos Pitta, de 67 anos, com mais de 40 anos de carreira, natural de Feira de Santana, morreu em 7 de janeiro. Ele estava internado em um hospital de Salvador tratando de complicações da diabetes.

Dono de grandes sucessos, entre eles ‘Todos os Caminhos Levam a Feira de Santana’, ‘Águas do São Francisco’ e ‘Cometa Mambembe’, o cantor levou a Música Popular Brasileira para o mundo e teve músicas gravadas por grandes nomes, como Elba Ramalho, Trio Nordestino, Alcione, Margarete Menezes.

Pitta nasceu na Avenida Senhor dos Passos em Feira de Santana, próximo de feiras livres, sempre conectado com as raízes da cidade, com a cultura nordestina e o encanto das festas populares. Ele saiu de Feira de Santana para estudar Composição e Regência na Universidade Federal da Bahia.

O feirense estreou em disco em 1979, com “Águas do São Francisco – Lendas”, inspirado na literatura de cordel. Três anos depois, ele lançou “Coração de Índio”, que trazia músicas de Gilberto Gil e Edu Lobo, entre outros. O primeiro sucesso nacional foi a música “Cometa Mambembe”, registrada no álbum “Feliz”, de 1988. Como cantor, ele gravou quinze discos nos ritmos xote e forró.

Se tornou uma referência de músicas carnavalescas e chegou a se apresentar em países como Alemanha, Bélgica, Itália, Estados Unidos e Suíça.



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