Estudantes e servidores de escolas municipais participam de cantata com inclusão e canções regionais
Uma cantata ao ar livre, em meio a árvores e num ambiente de muita alegria, marcou o início das festas de final de ano para cerca de 400 estudantes...
Por: Thapio NunesFonte: Agência Belém
13/12/2024 às 22h00
Uma cantata ao ar livre, em meio a árvores e num ambiente de muita alegria, marcou o início das festas de final de ano para cerca de 400 estudantes, professores e técnicos das escolas da Rede Municipal de Ensino. Organizado pelo Centro de Formação de Educadores Paulo Freire (CFEPF) e pelo Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (CRIE), o evento aconteceu na manha desta sexta-feira, 13, na Praça Milton Trindade, também conhecida como Horto Municipal de Belém. Estudantes de dez escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semec) foram as estrelas da programação, que teve a participação especial da banda da Escola Municipal Nestor Nonato de Lima, do bairro Condor. A festa contou também com oficinas de pintura, circuito natalino, oficina de desenho, pintura corporal e distribuição de brinquedos, além da tradicional presença do Papai Noel. Natal regional Muitas escolas regionalizaram os festejos natalinos e utilizaram músicas de compositores paraenses, como Nilson Chaves e Salomão Habib. O coral da escola Olga Benário, do bairro Águas Lindas, trabalhou o Natal Ribeirinho. Para a professora Lena Bezerra, da EMEIF Paulo Almeida Brasil, bairro do Souza, foi grande a alegria dos estudantes por poderem estar presentes ao evento. Ela explicou como aconteceu a escolha do tema para trabalhar na cantata. “O tema a gente vem trabalhando desde a discussão do nosso planejamento sobre o Natal. A gente queria dar esse foco, mostrar para as crianças que o Natal é o maior presente que Deus deu para a humanidade, ou seja, mandar o seu filho viver entre nós”, declarou a professora Lena Bezerra. Rimar panetone e tucupi com maniçoba e açaí entrou no cardápio da cantata, que inspirou várias escolas a apresentar a canção “Natal Paraense”, de Salomão Habib: “Neste Natal, eu vou ficar aqui. Eu vou comer maniçoba com açaí. Belém de lá é igual Belém daqui, por isso meu Natal vai ser aqui. Menino Deus é o nosso curumim. No meu presépio tem mucura e japiim, Papai Noel chegando numa boa, trazendo peixe frito com farinha na canoa”. Atividades diferenciadas Para Marja Carolina Soares de Oliveira, diretora da EMEIF Ayrton Senna, que fica no conjunto Tocantins, bairro Parque Guajará, Distrito de Icoaraci, sair do espaço da escola é muito importante para as crianças. “Elas precisam realmente participar desses eventos que oferecem atividades culturais diferenciadas, com várias dinâmicas, e também poder assistir às apresentações das outras escolas”. Sobre a escolha da música de Salomão Habib, a gestora da EMEIF Ayrton Senna explicou que foi uma experiência muito emocionante, porque a escola decidiu trabalhar com o tema Amazônia. E despertou o interesse das crianças em saber o que é um japiim, que é citado na letra da melodia. Assim como o tucupi, que eles só conheciam do tacacá. “A gente conversou com eles e pesquisou todos os elementos da música, da cultura amazônica, que alguns nem conheciam e passaram a conhecer. Serviu para conversar sobre outros elementos da culinária da região”, explicou Marja de Oliveira. Inclusão Já para Núbia Tatiana Costa e Silva, mãe de um estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Stellina Valmont, na Terra Firme, encontros como a Cantata de Natal são fundamentais para as crianças e seus responsáveis. “As crianças precisam muito desses espaços para interagir com outras pessoas iguais ao mundo delas, porque eles e nós ainda somos muito discriminados e precisamos de inclusão”. A coordenadora do CRIE, Tatiana Maia, enfatizou que o diferencial da Cantata de Natal deste ano foi a inclusão educacional e, por isso, o CRIE se associou ao Centro de Formação de Educadores Paulo Freire (CFEPF), ao Núcleo de Arte e Cultura de Belém (NACE) e ao Sistema Municipal de Bibliotecas Escolares (Sismube). O objetivo foi ampliar a proposta do evento. Na mesma linha de raciocínio, o professor Walter Braga, do CFEPF, explicou que o encontro serviu para revelar o processo de aprendizagem e marcar o encerramento do ano letivo. “Eu acho que o local ajudou e o contexto todo proporcionou um ambiente diferenciado para as nossas crianças”, disse o coordenador. A diretora de Educação da Semec, Jaqueline Rodrigues, enfatizou que o evento permitiu socializar os trabalhos desenvolvidos nas escolas. E que, ao realizar a nona Cantata de Natal, a Semec inovou mais uma vez ao realizar a primeira cantata inclusiva. “Desejo que este encerramento do ano letivo seja um momento de celebração, que é isso que o Natal representa para todos nós”, afirmou a diretora.
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