Referência em neurologia em todo o Estado da Paraíba, o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), oferece tratamento para pacientes diagnosticados com neuralgia do trigêmeo, um tipo de dor crônica, conhecida como a pior dor do mundo.
De acordo com o coordenador do Ambulatório de Neurocirurgia Funcional do Metropolitano, Emerson Magno, a patologia é descrita pelos pacientes como uma dor que parece um choque ou pontada que, normalmente, atinge uma das três regiões do trigêmeo, pegando na região da frontal, próximo ao nariz ou na mandíbula no canto da boca, causando profundo sofrimento.
“Essa dor é muito intensa, muitas vezes incapacitante, e que ela tem uma característica especial, pois é desencadeada pelo leve toque. Então muitas vezes escovar o dente, tocar no rosto, fazer a barba, passa a ser uma tarefa quase que impossível para quem tem essa doença, que normalmente é causada por algum tipo de neoplasia ou, o que é mais comum, uma artéria ou veia que fica empurrando o nervo trigêmeo, causando essa dor por compressão do nervo”, afirmou Emerson.
Emerson Magno disse ainda que o tratamento muitas vezes pode iniciar com o uso de medicamentos que controlam a dor, mas muitas vezes essa dor pode se tornar refratária à terapia medicamentosa e pode ser indicado a algum tratamento cirúrgico.
“Existem basicamente dois tipos de terapias cirúrgicas. Há uma terapia que é chamada terapia percutânea ou rizotomia, que é feita por uma punção no canto da boca, em que o médico faz uma compressão do nervo por um balão ou queima o nervo. Ou a cirurgia chamada descompressão neurovascular, que é uma cirurgia um pouco mais delicada, em que o cirurgião faz uma incisão atrás da orelha do paciente e vai diretamente em cima do nervo e separa essa veia ou artéria que está empurrando o nervo trigêmeo”, explicou o especialista.
Foi o que aconteceu com Manoel Martins, de 59 anos, da cidade de Santa Terezinha, no Sertão do Estado, que há muitos anos sofre com a doença. Ele relatou que sentia muitas dores e durante muito tempo não sabia que tinha a doença, pois era de difícil diagnóstico. Manoel disse ainda que passou por vários tratamentos, mas nenhum foi eficaz até que foi encaminhado para acompanhamento no Hospital Metropolitano. Após fazer alguns exames, o paciente foi encaminhado para realizar o procedimento cirúrgico de descompressão neurovascular, que foi feito no dia 10 de novembro.
Para Lucilene Ramalho, esposa do paciente, a família toda sofre muito, pois ele não tem uma vida normal, por estar constantemente com dor. “Nos últimos quinze dias, antes da cirurgia, foi muito sofrimento tanto para ele quanto para mim. Ficamos sem dormir, comer, ele chorava de dor de um lado e eu chorava do outro sem ter como ajudar. Tenho muita fé que agora com essa cirurgia ele possa ter uma vida mais saudável e que nunca mais sinta essa dor”, relatou Lucilene.
Segundo a diretora geral do Metropolitano, Louise Nathalie, é importante a população saber que o Hospital Metropolitano oferece esse serviço. “Quantas pessoas devem sofrer com essa patologia e não sabem que podem receber o tratamento adequado pelo SUS? Aqui temos excelentes profissionais e dispomos de tratamentos avançados e eficazes, nos colocando como um hospital de referência em neurologia para toda a Paraíba”, pontuou Nathalie.
ACESSO AO SERVIÇO - De acordo com a coordenadora do Ambulatório e do Núcleo de Práticas Cirúrgicas, Loanda Medeiros, para ter acesso ao serviço o paciente precisa ir a uma unidade de saúde de qualquer município paraibano e receber o primeiro atendimento. A unidade emitirá uma Autorização de Procedimentos Ambulatoriais que será levada para a regulação municipal. A Regulação Municipal enviará um e-mail com a solicitação para Regulação Estadual que irá agendar o atendimento no ambulatório do Hospital Metropolitano.