Um grupo de indígenas participou da Oficina de Implementação do Plano ABC+ Pará, realizada na última segunda-feira, 25, no auditório Adelardo Covre, na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Altamira, sudoeste paraense.
O Plano ABC+ (2020-2030) é uma iniciativa do Governo Federal para criação de uma agropecuária sustentável, para enfrentamento das mudanças climáticas no setor, com uso de tecnologia e práticas sustentáveis. Esta é a 1ª Fase do Plano ABC+ Pará, denominado Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária.
Um dos pontos fundamentais das oficinas realizadas no estado são os diálogos que dão espaço para os povos originários do Pará apresentarem propostas de desenvolvimento dentro das diretrizes do plano, unindo os conhecimentos técnicos com os tradicionais.
"É de grande importância que nós, povos originários aqui do estado, possamos estar sempre inseridos nesses processos, com o nosso modo de pensar, e poder propor também essas políticas e projetos, dentro desse plano que vai atender a nossa população. Nós também precisamos participar desses debates importantes na construção de políticas públicas voltadas para o meio ambiente, para a nossa região", falou Sheyla Juruna, liderança indígena.
As oficinas são para coletar informações de cada município e região do estado, para reforçar a necessidade da implementação do Plano ABC+ e estabelecer uma oferta de alimentos sustentáveis, preservando os recursos naturais, sem degradar o meio ambiente e com recursos de incentivo aos produtores rurais.
"É um momento muito importante para nós, porque falar de agricultura familiar é algo que nós, indígenas, já falamos e vivemos dentro dos nossos territórios há muito tempo. Nós estamos aqui para compartilhar as nossas experiências e ajudar na construção dessas políticas", disse Regilanne Guajajara, assessora etno-regional da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (SEPI).
Para Diego Mendonça, engenheiro ambiental e consultor da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), que está na coordenação das oficinas, é fundamental a participação dos indígenas durante as tratativas durante as oficinas.
"Dessa forma a gente consegue ouvir o posicionamento deles, sobre o que eles pensam sobre a produção agropecuária paraense, fazer um trabalho conjunto, para que eles se sintam incluídos, abarcados pelo setor público", pontuou.
"Estamos no processo de escuta e de levantamento das principais demandas dos povos indígenas, quilombolas, produtores rurais que estão participando das oficinas e após isso, serão traçadas as estratégias de como essas políticas públicas serão atendidas em cada região", concluiu.
Já foram realizadas oficinas em Paragominas, Redenção, Altamira e nos próximos dias ainda serão feitas deliberações em Marabá (27.11), Santarém (03.12) e por último, em Belém (05.12).