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Faltando um ano para a COP da Floresta, população de Belém já comemora o legado da COP 30
Belenenses celebram a construção de obras estruturantes, as oportunidades dos cursos de capacitação, e de empregos antes mesmo da Conferência
10/11/2024 10h37
Por: Rede THAP de Comunicação Fonte: Secom Pará

A um ano para conferência climática da ONU, em Belém, dona Madalena Ramos da Silva mora perto do canal da Gentil, e costumeiramente percorre o entorno da via para lidar com os afazeres típicos de quem dedicou a vida a cuidar da casa e da família – uma tarefa que exige dedicação, mas que graças a chegada da macrodrenagem fica mais fácil, conforme os alagamentos se tornam coisa do passado.

“Antigamente a gente não podia nem andar aqui. Essa região era horrível, enchia, agora melhorou muito. Tá ficando bonito o canal, agora a nossa vida vai melhorar”, comemora Madalena.

As ações do governo do Estado para a COP 30 vão beneficiar milhares de pessoas. Gente como Madalena, que vive em frente a canais: as obras de saneamento voltadas para a preparação de Belém para a conferência climática da ONU, que será realizada em novembro de 2025, preveem a implantação de 59,5 quilômetros de rede de esgotamento sanitário, e mais de 10 mil unidades de ramais domiciliares nas obras dos canais que compõem as bacias do Una, Tamandaré e Tucunduba.

Eraldo Silva tem uma oficina de máquinas de costura nas margens do canal da Gentil e percebe em seu dia-a-dia os benefícios que a preparação para sediar a COP 30 traz para a população de Belém. “É uma boa obra que está melhorando a vida de cada família daqui. Antigamente, alagava tudo, não era uma rua – era um igapó. Com a conclusão dessas obras a gente não vai mais conviver com a lama, então é daqui pra melhor!”, festeja o morador.

Novas vias e ruas melhores para a população

Evandro Moraes capricha nos cuidados com o seu carro para tentar remover a lama e a poeira provenientes de ruas sem pavimentação – uma situação que deve ficar no passado, já que a região onde ele mora, perto do Canal da Gentil, está recebendo obras da COP 30.

“Eu moro há 35 anos aqui e cansei de passar com o meu carro e ficar no atoleiro, ter de chamar os vizinhos para desatolar, e hoje a gente vê essa maravilha, né? É sucesso total. A Conferência Climática, em Belém, trouxe esperança de melhora de vida para o povo”, celebra o marceneiro.

Assim como a rua dele, outros 105 quilômetros de vias receberão pavimentação até a COP 30 – um investimento que beneficiará 31 bairros de toda a região metropolitana da capital, permitindo melhor condição de tráfego para pessoas como seu Evandro.

Este investimento em pavimentação é apenas uma parte das obras de mobilidade urbana, que é um dos eixos principais na preparação da capital paraense para a COP 30: as ações do estado incluem obras importantes como a conclusão do BRT metropolitano e construção de cinco viadutos, sendo dois na BR-316, dois na Mário Covas e um na João Paulo com a Dr. Freitas.

O estado também realiza a ampliação da Rua da Marinha, que faz parte de um complexo viário que criará um corredor urbano que visa diminuir os congestionamentos na região metropolitana de Belém, melhorando a segurança viária e diminuindo o tempo de viagem entre Belém e municípios vizinhos.

Mais empregos e renda

A realização da Conferência Mundial do Clima 30 também trouxe oportunidade de emprego para a população do estado: para atender a demanda do setor produtivo, o governo do Pará criou o programa “Capacita COP30”, que oferece 67 cursos gratuitos nas áreas de turismo, gastronomia, infraestrutura e segurança.

As aulas acontecem de forma presencial e à distância, em polos da região metropolitana de Belém, Região do Salgado, Marajó e oeste do Pará. Até a COP a previsão é qualificar 22 mil pessoas, que após a conclusão dos seus estudos recebem um certificado com um selo da COP 30, assegurando para o mercado de trabalho que eles estão capacitados para trabalhar atendendo a demanda gerada pela conferência.

O jovem Lucas Caio viu no Capacita COP 30 uma oportunidade de conseguir seu primeiro emprego. “Isso representa uma chance de abrir portas para o trabalho. Tenho 16 anos e acho que esse curso vai me ajudar a conseguir meu primeiro emprego, esse curso pode mudar a minha vida”, revela o jovem.

Já Gabriela Ferreira conta que atualmente está empregada, mas ter feito um curso do capacita lhe permite sonhar com uma promoção. “Eu sou vigilante, estou me formando agora e isso vai ser ótimo para a minha área de serviço. Vou ter mais oportunidade de trabalho, de comunicação, conhecer outros lugares. É uma porta que fica bem aberta”, conta.

“Esses cursos do capacita representam uma nova oportunidade de emprego e renda. Eu tenho 17 anos, sou garçom em um barzinho onde vão muitos gringos, e preciso do inglês para me ajudar”, disse o garçom Pedro Henrique, que recebeu seu certificado em outubro. “O inglês também é uma porta de entrada para outros trabalhos. Eu posso trabalhar no setor de RH e outros onde essa comunicação vai me ajudar. Saber uma linguagem adicional nos deixa em outro patamar de aprendizado, isso vai me ajudar a ampliar meus horizontes de trabalho”, avalia o jovem.

Obras em ritmo acelerado

Faltam exatos 12 meses para a realização da COP 30 em Belém, mas as ações do governo do estado para preparar a cidade estão adiantadas: são cerca de 30 obras estruturantes nos eixos de mobilidade, saneamento e desenvolvimento urbano que, além de qualificar a cidade para ser sede deste evento, deixam um legado positivo para o povo do Pará.

"Este é um momento crucial para Belém e para todo o estado do Pará. Com a COP 30 prestes a ser realizada aqui, estamos não apenas preparando a cidade para ser uma excelente anfitriã, mas também utilizando esta oportunidade para impulsionar mudanças substanciais em infraestrutura, saneamento e mobilidade. Cada projeto que iniciamos é um passo em direção a um legado permanente de melhorias que beneficiará nossa população por gerações. A COP 30 não será apenas um evento, será uma grande transformação para Belém e para o Pará", disse a vice-governadora e presidente do comitê estadual para a realização da COP 30, Hana Ghassan.

O orçamento do governo do Pará para obras estruturantes da COP 30 chegou a R$ 4 bilhões no ano de 2024. São recursos do Tesouro do Estado, de Itaipu Binacional e financiamento do BNDES. Entre as principais obras para a COP 30 estão o Parque da Cidade e o Porto Futuro II.

O Parque da Cidade, espaço onde será realizada a conferência, já está com cerca de 70% das obras previstas para a COP 30 concluídas. Construído em uma área de 500 mil m2, o Parque da Cidade é o espaço onde será realizada a conferência e, após dela, será um dos grandes legados da COP para Belém. O projeto final do parque contempla o museu da aviação, um centro de economia criativa, boulevard gastronômico, ciclotrilha e ecotrilha, áreas verdes preservadas, lago artificial e instalações esportivas voltadas para a promoção da qualidade de vida, lazer, cultura, arte e bem-estar.

No Porto Futuro II, cinco galpões cedidos pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao governo do Estado estão sendo recuperados e vão ser transformados em um complexo de lazer e gastronomia, com um inovador pólo de bioeconomia, que será um novo ponto turístico da cidade. Com espaço para valorização da cultura popular, do patrimônio imaterial, da história amazônica, das experiências gastronômicas e também da biodiversidade do Pará, o Porto Futuro II vai proporcionar uma experiência única para o visitante. Mais de 50% das obras já estão concluídas.

O futuro é hoje e trabalhadores constroem uma nova Belém

A engenheira civil Rafaela Lagoia vive a rotina de preparação para a COP 30 desde junho de 2024, quando começou a trabalhar na implantação das obras do Porto Futuro II. Atualmente destacada para atuar na construção do Parque da Cidade, Rafaela acompanha a cada dia o avanço dos serviços no parque de 500 mil metros quadrados que receberá a conferência.

“A COP já mudou minha vida, mesmo antes de acontecer. Ser paraense e estar trabalhando para obras da COP é uma oportunidade única: vejo cada atividade feita e a cada árvore plantada e sinto como se fosse a minha história sendo enraizada e transformando a cidade. Vejo uma história sendo construída, uma história não somente minha, mas também da minha família e colegas de trabalho. Tenho uma imensa gratidão por fazer parte das obras da COP”, conta Rafaela.

De acordo com a engenheira, fazer parte da equipe que está trabalhando para transformar a capital paraense na sede da COP 30 é uma emoção indescritível, ainda mais porque no futuro seu local de trabalho poderá ser usado como alternativa de lazer por moradores de Belém e turistas que estejam conhecendo a capital.

“Estar na implantação de obras que mudarão a vida da população paraense e que deixarão um legado para as futuras gerações é imensurável. Vou poder falar para a minha filha que a mãe dela fez parte desses projetos, e isto é muito gratificante. Estou bastante empolgada em ver as obras do Parque da Cidade e Porto Futuro II serem executadas, pois já imagino eu e minha família visitando esses espaços e usufruindo de toda a infraestrutura que terão, já nos vejo andando de bicicleta no Parque da Cidade e levando meus amigos visitantes a esses locais, que serão um legado para todos – sejam paraenses ou visitantes”, conta Rafaela Lagoia.