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Pesquisas em Eletrônica Orgânica terão R$ 2,1 milhões de investimentos do Governo
Uma nova rede de pesquisadores criada com o objetivo de desenvolver dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos orgânicos direcionados a aplicações...
26/06/2024 14h22
Por: Rede THAP de Comunicação Fonte: Secom Paraná

Uma nova rede de pesquisadores criada com o objetivo de desenvolver dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos orgânicos direcionados a aplicações nos setores de Energia, Meio Ambiente e Cidades Inteligentes integrará o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Eletrônica Orgânica, lançado em Curitiba. A iniciativa do Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), terá o investimento de mais de R$ 2,1 milhões.

O NAPI também visa sintetizar e caracterizar nanomateriais, novas moléculas e polímeros orgânicos. Além de contar com pesquisadores das Universidades Estaduais de Londrina (UEL) e de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), da Pontíficia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pesquisadores de Portugal e da Suécia, o novo arranjo também conta com a parceria de instituições públicas como a Sanepar e a Polícia Federal.

A participação do setor produtivo é um grande diferencial deste novo arranjo com parcerias como a Bosch, a Grafeno do Brasil, LABGEO, o Lactec e a América R&D.

“O trabalho colaborativo de pesquisa é algo extraordinário que possibilita um alcance muito maior em termos de resultados, que pesquisas e investimentos isolados. Este NAPI representa bem tudo que imaginávamos sobre a composição destes novos arranjos de pesquisa. Com uma forte presença de ativos de ciência e tecnologia das universidades do estado e de instituições internacionais, a presença também do setor empresarial, o governo presente por meio da Fundação Araucária e a sociedade civil organizada”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

Por meio da parceria com a Bosch o objetivo é desenvolver sensores de pressão com custo reduzido e com resposta mais linear, quando comparados com os sensores comerciais. “Temos uma grande expectativa na área do agronegócio e de biocombustíveis. É uma área de bastante ascensão e a parte de instrumentação veicular com sensores de pressão biodegradáveis é uma área bem importante para nós”, afirmou o gestor de engenharia da Bosch para a América Latina, Jairo Wolff.

Já nos estudos envolvendo a LABGEO, do ramo de laboratórios de análises ambientais e de cromatografia, o objetivo é produzir sensores colorimétricos para detecção de poluentes em água. “Temos uma grande expectativa nesta participação no NAPI. Estamos disponibilizando toda a nossa infraestrutura de laboratórios para as universidades além de oferecer treinamento de pessoal”, comentou a representante da LABGEO, Michele Nascimento.

O NAPI Eletrônica Orgânica terá atuação em várias áreas relevantes para a sociedade, como de saneamento e água, ações que possam contribuir para a redução substancial do número de mortes e doenças por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água do solo.

“Na agricultura, terá atuação no monitoramento e quantificação de bactérias promotoras do crescimento de plantas. Portanto, o desenvolvimento de sensores com tecnologia nacional para o monitoramento da qualidade do ar, água e solo em diversas regiões do Estado no Paraná vem de encontro a estes temas”, explicou a articuladora do NAPI e pesquisadora da UTFPR, Andreia Gerniski Macedo.

A pesquisadora observou, ainda, que a crescente demanda por novas fontes de energia limpa e renovável requer o desenvolvimento de novos dispositivos de conversão (fotovoltaicos) e para armazenamento de energia (baterias, supercapacitores), preferencialmente, com o uso de tecnologias com menor custo e rotas verdes de produção.

“Em outra frente de trabalho, com a Polícia Federal, pretendemos detectar substâncias ilícitas em águas residuais/saneamento, também desenvolver sensores óticos para detectar vapores de explosivos”, disse Andreia Gerniski Macedo.

No âmbito acadêmico o NAPI contribuirá para fabricar em laboratório e caracterizar dispositivos voltados para energia: fotovoltaicos orgânicos, supercapacitores e baterias. Também desenvolver e caracterizar dispositivos óticos orgânicos, descartáveis e não poluentes, como detectores de moléculas específicas em meios fluidos (gases e líquidos).

O reitor da PUCPR, Rogério Renato Mateucci, falou da importância dos investimentos do Governo do Estado em ações de ciência e tecnologia em benefício da sociedade. “Com o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento apoiados pelo financiamento da Fundação Araucária continuaremos a investir no desenvolvimento científico e tecnológico reconhecendo a pesquisa como alicerce fundamental para a inovação e para o progresso da nossa sociedade. Juntos estamos direcionando a produção de conhecimento para resolver problemas concretos e responder a demandas tecnológicas específicas da nossa sociedade”, enfatizou.

NAPIS– Quando a estratégia dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) foi criada pela Fundação Araucária a meta era chegar em 2026 com 50 NAPIs e atualmente já são 62 arranjos de pesquisa implantados ou em construção. “Houve um adiantamento muito grande desta meta em função do entendimento da academia do valor da criação destes NAPIs e também do apoio que nós recebemos do governo para criar e estruturar estes novos arranjos”, ressaltou o direto de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.

O papel das universidades no desenvolvimento do Estado foi destacado pelo assessor de Relações Institucionais e Cooperação Internacional da Seti, Paulo Afonso Schmidt. “A gente vê um avanço importante da pesquisa e da ciência em nosso estado e, principalmente, pelos vínculos que já se estabelecem com o desenvolvimento socioeconômico do estado. A ciência e as nossas universidades assumem, cada vez mais, o papel de protagonistas em relação ao desenvolvimento e os NAPIs têm sido um instrumento fantástico neste sentido”, enfatizou.