Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
O Festival de Parintins é um espetáculo de arte popular que ganha formas, cores e brilhos pelas mãos criativas e talentosas de seus artistas. A partir de sementes, cipós, penas artificiais, tintas, madeiras e outros materiais naturais, surgem acessórios e adereços que incorporam traços da cultura indígena. As peças tradicionais também são inspiradas nos bois Caprichoso e Garantido que alcançam protagonismo no evento folclórico, considerado um dos principais do Brasil e o maior a céu aberto do mundo.
Com expectativa de recorde de público nesta edição, os preparativos dos artistas começaram mais cedo na Ilha da Magia. Para 2024, a projeção é de que R$ 150 milhões sejam injetados na economia com a chegada de 120 mil turistas para acompanhar a disputa icônica entre os bois. Parte da popularidade da festa foi alcançada pela presença da cunhã-poranga da nação vermelha e branca, Isabelle Nogueira, no BBB 2024.
“Esse ano começou atípico com a evidência nacional do festival, os primeiros pedidos chegaram ainda no Carnaval, incluindo de grandes marcas. Firmei parceria e estou focado na produção em grande escala sem perder a exclusividade”, disse o artista visual Irlan Carvalho, que atua desde 2015 com a pintura de camisas em Parintins, onde cria verdadeiras obras multicoloridas.
Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
Irlan contou que foi preciso garantir estoque para a temporada dos eventos bovinos que antecedem a grande festa e prevê nova reserva para atender a demanda durante a festividade. Ele comemorou a alta procura de produtos artesanais destacando que o período é uma oportunidade para gerar emprego e renda em Parintins.
“Esse período movimenta a economia e temos muitos artesãos que só conseguem se mostrar no festival, com isso tento oportunizar quem tem aptidão para a pintura e vontade de trabalhar. A gente sabe que este ano será maior que a edição anterior e estou montando uma grande equipe para um resultado primoroso”, pontuou.
Referência pelo trabalho personalizado com produção de blusas imersas de temática amazônica e pinturas envolvendo os bois, o artista reforçou que seu diferencial é criar peças únicas.
“Temos uma cartela de possibilidades disponíveis, mas deixamos o cliente à vontade para trazer suas ideias, porque ele é a nossa maior inspiração. Hoje temos clientes que têm sua própria arte e só vamos renovando. O nosso trabalho é 100% manual feito com a tinta em tecido de algodão de qualidade com ou sem pedraria”, explicou.
Sobre as novidades para esta edição, o artista amazonense adiantou que, além das camisas, está investindo na produção de batas e vestidos de material regional para ofertar outras possibilidades de pintura manual ao público.
Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
Alto acabamento e delicadeza
Produzir acessórios com alto acabamento e delicadeza é o principal lema da artesã parintinense Jocila Cruz, que trabalha com biojoias desde de 2016. Ela investe em materiais como o fio de rami dourado – que é a base e identidade do seu trabalho – além de sementes do açaí, madeira, courino e penas artificiais que viram arte em seu ateliê.
“A produção de cada peça envolve muita emoção, exclusividade e respeito à ancestralidade e ao cliente, que participa de todo o processo. Gosto de bons produtos e quero oferecer o mesmo, ou seja, acessórios e adereços que considero perfeitos e de qualidade”, declarou.
Segundo a artista, uma das peças mais procuradas neste ano é a releitura dos brincos da Isabelle Nogueira. No reality show, a cunhã-poranga encarnada desfilava com brincos compridos com penas coloridas, que remetem à origem indígena. O acessório tornou-se a marca registrada da sister e o queridinho do público.
Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
Além dele, os adereços de cabelo, ombreiras, colares e outros brincos de cores e tamanhos diversos inspirados nos bois azul e vermelho também estão na lista de criações mais encomendas para completar o visual de quem pretende participar do evento. Com a proximidade do Festival de Parintins, a artesã não escondeu o entusiasmo para esta edição, que promete ser a maior do pós-pandemia.
“O fluxo aumentou em relação ao ano passado, estou com a agenda lotada desde o carnaval e devo trabalhar até nos dias do festival. Percebemos essa movimentação maior e estamos muito felizes”, destacou Jocila.
Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
Pegada indígena
Quem também comemorou a visibilidade da festividade e o aumento antecipado na demanda por acessórios e adereços foi a artesã Amazylies Chixaro, que é referência no artesanato fino e elegante na cidade. “Este ano a procura está deslanchando e nós como artistas dependemos de ‘montar’ uma criação que seja visualizada, então, está sendo maravilhoso e a expectativa é a melhor”, reforçou.
Natural de Manaus, ela atua há quatro anos na produção de maxi colares e brincos exuberantes que remetem à arte indígena. “O meu processo criativo tem uma pegada mais indígena e artesanal, onde busco usar materiais regionais e rústicos. Trabalho com fios, barbantes, cipós, palhas, madeiras, sementes amazônicas e penas artificiais. Tudo feito com máxima perfeição para valorizar os elementos”.
A artesã aposta ainda em coleções exclusivas de alta qualidade e acabamento com diversas opções charmosas para atender seu público de várias partes do país. Ela afirmou que não se limita na hora de criar suas peças. “Meu foco maior são os maxi colares, mas aceito encomenda para outros tipos de produtos personalizados e sempre busco inovar, quero investir agora em maxi brincos e cintos de penas, a imaginação é que manda”, finalizou.
Foto: Hellen Miranda /Amazonastur
Serviços
Artista visual Irla Carvalho
Atende: Lua Moça e Ateliê Irlan Ro’car
Endereço: Avenida Amazonas, Centro – Parintins
Contato: Whatsapp (92) 99462-8122 / 99496-5370
Redes sociais: @luamoca e @irlanro.car
Artesã Jocila Cruz
Atende: Jocila Cruz Biojoias
Endereço: Rua Rio Branco 451, Centro – Parintins
Contato: WhatsApp (92) 99333-0296
Redes sociais: @cruzjocila
Artesão Amazylies Chixaro
Atende: Criare – Amazylies Chixaro
Contato: Whatsapp (92) 98408-6147
Redes sociais: @ac_criare