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Mais de 180 milhões na AL e Caribe não têm renda para suprir o básico

O relatório mostra que a criação de empregos, entre 2014 e 2023, foi a menor dos últimos 73 anos. Das 292 milhões pessoas empregadas, uma em cada ...

Por: Rede THAP de Comunicação Fonte: Agência Brasil
23/11/2023 às 22h05
Mais de 180 milhões na AL e Caribe não têm renda para suprir o básico
© Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Mais de 180 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe não têm renda suficiente para as necessidades básicas. Desse total, 70 milhões não conseguem comprar uma cesta básica de alimentos. É o que mostra relatório Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023: A inclusão laboral como eixo central para o desenvolvimento social inclusivo, divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), nesta quinta-feira (23), no Chile.

Conforme o estudo, em 2022, o percentual da população da região em situação de pobreza caiu para 29% e, na extrema pobreza, para 11,2%, chegando aos níveis de 2019. Apesar da melhora, o número de pessoas sem condições dignas ainda é alto.

"No total, quase um terço da população da região vive em situação de pobreza, percentual que sobe para 42,5% no caso da população infantil e adolescente, uma realidade que não podemos tolerar. A incidência da pobreza também é mais alta entre as mulheres, a população indígena e as pessoas que vivem em áreas rurais", disse secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, em comunicado de imprensa.

Mercado de trabalho

O relatório mostra que a criação de empregos, entre 2014 e 2023, foi a menor dos últimos 73 anos.

Das 292 milhões pessoas empregadas, uma em cada duas está na informalidade. A cada dez, quatro ganham menos de um salário mínimo e não contribuem para pensão ou aposentadoria.

No ano passado, 54,2 milhões de casas eram sustentadas por empregos informais. A maioria dos habitantes era crianças com menos de 15 anos e idosos (61,2%).

De acordo com a Cepal, a região enfrenta uma crise laboral, desde a inserção das pessoas no mercado de trabalho ao acesso ao emprego.

“Isso significa que a inserção no trabalho remunerado é fundamental, mas não suficiente para alcançar a inclusão laboral. É necessário ter acesso a empregos produtivos, bem remunerados e com acesso à proteção social, especialmente para mulheres e jovens”, diz o comunicado de imprensa.

Para a organização regional, a inclusão laboral depende de crescimento econômico alto e sustentável, que envolve investimento em políticas de desenvolvimento produtivo, no trabalho e proteção social.

Em 2023, a taxa de crescimento do PIB da América Latina e do Caribe projetada é de 1,7%, inferior aos 3,8% de 2022. A estimativa para 2024 é de apenas 1,5%.

Os gastos sociais nos países, segundo o levantamento, cresceram durante a pandemia, com maior expressão em 2020. Nos anos seguintes, passaram a diminuir.

“Em 2022, houve uma alta heterogeneidade entre países e sub-regiões: três países ultrapassam os 14,5% do PIB, enquanto cinco estão abaixo de 10% do PIB. O desafio é manter o caminho de crescimento do gasto público social para garantir a sustentabilidade financeira das políticas de inclusão laboral”, diz a Cepal.

Desigualdades entre homens e mulheres

O panorama reforça a diferença de participação dos homens e mulheres no mercado de trabalho. Enquanto, 74,5% deles estavam ocupados em 2022, entre elas, o percentual é de 51,9%.

O desemprego é maior entre as mulheres, 8,6%. O percentual de homens desempregados era 5,8%.O cuidado com filhos, pessoas mais velhas e com a casa é a principal barreira para inserção laboral das mulheres.

* Com informações da Cepal

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