Cidades Rio Preto - SP
Servidores participam de roda de conversa sobre masculinidades
Ação integra Campanha Laço Branco e busca promover conscientização e engajamento
05/12/2025 20h40
Por: Thapio Nunes Fonte: Prefeitura de Rio Preto - SP

Manter um diálogo sincero de homem para homem para tratar de um assunto cujas consequências são sentidas todos os dias pela sociedade: a violência doméstica e familiar contra mulheres, decorrente do machismo estrutural. Esse foi o objetivo da Oficina sobre Masculinidades, que reuniu servidores públicos municipais no auditório do nono andar do Paço Municipal.

A ação integra a Campanha Laço Branco foi promovida pela Secretaria da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, em parceria com o Grupo Man, Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Rio Preto, Guarda Civil Municipal/Patrulha Maria da Penha e Polícia Civil/Delegacia Seccional de Rio Preto. A campanha conclama homens a se posicionarem pelo fim da violência contra a mulher e, por sua vez, compõe os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher.

A secretária da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, Rosicler Quartieri, deu as boas-vindas aos participantes, formado prioritariamente por homens, e reafirmou a importância de se discutir a temática. Este ano deve fechar, conforme previsão da titular da pasta, com cerca de 3 mil mulheres vítimas de violência atendidas pela rede de proteção à mulher. “Esse é um problema também dos homens. Em pleno século 21, é premente falar para homens sobre a necessidade de reverem masculinidades que são tóxicas e são reproduzidas por gerações e, consequentemente, naturalizadas.”

O vereador Jonathan Santos, autor da lei n.º 14.849/2025, a qual institui a Semana Municipal de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, participou da abertura.

Cada um dos expositores abordou a temática a partir da sua atuação profissional.

“Os homens não são ensinados a falar sobre suas emoções, a trabalhar com isso. No Grupo Man, promovemos encontros com homens agressores e presenciamos transformações. Os pais de meninos que aqui estão, ensinem seus filhos que podem chorar. Usem com eles o alfabeto de emoções(abordagem que usa as letras do alfabeto para apresentar e explorar sentimentos, ajudando a desenvolver a inteligência emocional).”César Fukassawa, facilitar do Grupo Man (Masculinidades Ampliando a Natureza)

“O agressor pode ser alguém da nossa família, acima de qualquer suspeita. Precisamos dar credibilidade às mulheres vítimas de violência, não as julgar, pois, quando pedem ajuda, geralmente, não é a primeira vez que sofrem violência. Em 5,5 anos de atuação, a Patrulha Maria da Penha tem colhido excelentes resultados.”Luiz Augusto Neves, subinspetor da Guarda Civil Municipal e coordenador da Patrulha Maria da Penha

“No Brasil, não sabemos quem são os órfãos do feminicídio. O que temos, estatisticamente falando, são que 28% dos homens suicidam-se imediatamente após a prática do feminicídio. Essas crianças exigem um olhar do poder público, precisam de políticas públicas de proteção e assistência.”Everson Contelli, delegado seccional de São José do Rio Preto

“Há duas medidas protetivas nas quais eu coloco mais esperança: o acompanhamento psicossocial dos homens que respondem por violência doméstica e familiar e a obrigatoriedade dos mesmos a comparecer nos programas de recuperação, seja o destinado somente para homens, ou o específico para casais (quando a mulher pede a revogação da medida protetiva, os dois precisam ingressar no Programa “Entre Nós”, do Núcleo de Práticas Restaurativas de Rio Preto)”Alceu Corrêa Júnior, juiz titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de São José do Rio Preto